A MENINA QUE FAZIA NEVAR (Grace McCleen)

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014



Há muito tempo que queria ler este livro, ele estava na minha lista de desejados, e quando surgiu à oportunidade de tê-lo em minha estante, não hesitei, comprei o penúltimo livro na livraria aquele dia e me senti muito feliz pelo meu “bem” adquirido e tão desejado.

Um livro que me conquistou pela capa, e logo foi me conquistando a cada pagina, nele conhecemos a doce e pequena Judith McPherson, uma menina de 10 anos, que vive com seu “Pai”, um homem sério com suas convicções religiosas e com sua postura sempre rígida, e impenetrável, ensina sua filha e ler a bíblia todos os dias na hora do jantar, fala muito pouco somente o necessário que lhe convém falar, o que faz de Judith uma menina sem amigos, as pessoas que ela conhece são velhas, são companheiros de “encontro” como ela costuma chamar. Percebemos assim o como Judith e sozinha e como sua imaginação e sua melhor companheira. E essa a imaginação que faz com que Judith se torne a Menina que Fazia Nevar.

Judith e uma menina esperta e inteligente e sofre bullying  na escola o que acaba retraindo, não só na escola como em casa pois não conta nada para seu “Pai” pois não o vê como seu amigo, nesse isolamento Judith monta uma maquete que chama de “Terra Gloriosa”, essa maquete e montada com um monte de sucata que Judith coleta no caminho da escola para casa, porém ali e que ela um lugar maravilhoso, onde as pessoas viverão após “Armagedom” tão citado em sua Igreja. Judith é uma criança linda, simples e apaixonante. Mas um dia que parece como qualquer outro, um colega de classe Neil Lewis, ameaça Judith dizendo que irá enfiar a cabeça da menina na privada; ela se assusta muito com o que ele diz, imaginando  ate que vai vir a falece. Então ao chegar em casa, Judith coloca espuma de barbear em sua maquete, em sua “Terra Gloriosa” feita de sucata, imaginando ser uma grande nevasca e em como seria bom se aquilo acontecesse porque assim não teria de ir para a escola e encarar a morte através das ameaças seu colega. E para sua surpresa.....no dia seguinte Judith percebe que a cidade inteira está cheia de neve.

A partir deste acontecimento Judith crê que pode, através de sua fé (que e diferente da de seu “Pai”), efetuar milagres, e conversar diretamente com Deus.

A história é realmente emocionante à medida que vamos lendo, sendo narrada pelo ponto de vista de Judith. Muitas coisas acontecem, não e só neve que Judith acredita ser capaz de fazer, ela realmente acredita ter poderes mágicos. Ela ainda acha que tudo de ruim que pode acontecer e por causa de seus poderes. Teve momentos que queria fazer parte da história principalmente, quando ela acredita que seu pai não a ama, da uma vontade imensa de pega-la no colo. E explicar como realmente são as coisas, e que seu “Pai” e tão retraído quanto ela.

A história vai se desenrolando e mostrando também o que acontece ao seu “Pai” que enfrenta uma greve na fabrica que trabalha e como aos poucos perde sua fé que ele queria tanto preservar, mostra outros personagens como seu colegas de classe, sua professora a Sr. Pierce, e como ela realmente acredita que teve o poder de causar um grande mal a Neil Lewis. (Adorei isso!).

A Menina que Fazia Nevar e um livro ótimo de ler, e bem escrito e nos emociona, o final e algo que nos traz certo tipo de pânico, que faz você pensar em fechar o livro a pensar que aquilo possa acontecer, e torce para que não aconteça. Judith, uma menina cheia de fé, não uma fé comum, como a da maioria das pessoas, uma fé que vai além de si mesma, porque a maioria das pessoas só tem fé no que pode fazer ou realizar, ou naquilo que se tornou, mas a nossa menina não, ela não mede esforços para ser melhor do que ela mesma pensa, ou do que ela mesma é. Ela consegue ir além.

Não tem como não recomendar a leitura deste livro, ele nos instiga e nos preserva, faz de nós conhecedores da fé que carregamos, pois é ela que nos leva onde estamos agora. Então leiam e aproveitem este livro, pois ele não vai permanecer em sua memoria, mas vai voltar varias vezes.

… a fé é igual a imaginação. Ela vê uma coisa onde não há nada, dá um salto e de repente você está voando. -  p. 37
Milagres não têm que ser grandes e podem acontecer nos lugares mais improváveis. Às vezes são tão pequenos que as pessoas nem percebem. Às vezes os milagres são tímidos. Ficam puxando as suas mangas, esperando você percebê-los, e depois somem. Muitas coisas começam bem pequenas. É um jeito bom de começar porque ninguém nota. Você é só uma coisinha perambulando, cuidando da própria vida. Aí você cresce. -  p. 61
E então sei que sou imensa e sou pequena, ficarei para sempre e irei em um minuto, sou tão nova quanto um ratinho e tão velha quanto o Himalaia. Estou quieta e estou girando. E, se sou pó, sou também pó das estrelas. - p.196



Um pouco sobre a autora: Grace McCleen estudou literatura inglesa na Universidade de Oxford, realizou um mestrado em York antes de se mudar para Londres e se dedicar inteiramente à escrita e à música. A Menina que Fazia Nevar e seu primeiro romance e o seu único livro publicado no Brasil.




Comentários
7 Comentários

7 comentários :

  1. Eu estive com esse livro várias vezes em minhas mãos para comprar, porém sempre devolvia, ao contrário da Kesyane, não sinto firmeza em nada nela... rsrs... porém agora que li a resenha algum interesse se apossou de mim, quando tiver a oportunidade lerei esse livro :3

    ResponderExcluir
  2. Nossa, fiquei louca por ele *-*
    adorei essa história de fé \o

    ResponderExcluir
  3. Achei muito interessante essa estória, ainda não a conhecia e gostei da sinopse, parece muito emocionante mesmo a estória desta garotinha! :)
    beijos ♥
    quemprecisadetvparaverbeyonce.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
  4. Essa capa é tão bonitinha! Taí um livro que sempre fico com vontade de ler, mas nunca chego a comprar... Parece ser uma leitura emocionante pela sua resenha.

    Beijos, Entre Aspas

    ResponderExcluir
  5. Não tinha parado ainda para ler uma resenha deste livro, talvez por isso tenha ficado tão impressionada dom o enredo dele. Mais uma vez temos um pai religioso que não sabe como usar a sua fé para ajudar. É uma pena enorme quem justamente está lá para ajudar e ensinar acaba muitas vezes atrapalhando.
    Bjs, Rose.

    ResponderExcluir
  6. Eu fiquei emocionada lendo a resenha, imagine o livro. Faz tempo que quero ler esse livro, agora vou fazer um esforço maior para ler, amo histórias de fé e esperança.
    Bjs

    ResponderExcluir
  7. Oi Ivi, tudo bem??
    Fiquei encantada com sua resenha, deu vontade até de ler o livro.
    Ultimamente estou procurando história assim, que deixam um ensinamento para a gente. Já vou adicionar ele a minha lista.
    Beijos..

    ResponderExcluir

Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




.

Colunistas

sq-sample3
Kesy
sq-sample3
Kelly
sq-sample3
Laís

Facebook

Instagram

Lidos 2024

Filmes

Meus Livros

Músicas

Youtube


Arquivos

Twitter

Mais lidos

Link-me

Meu amor pelos livros
Todas as postagens e fotos são feitas para uso do Meu amor por livros. Quando for postado alguma informação ou foto que não é de autoria do blog, será sinalizado com os devidos créditos. Não faça nenhuma cópia, porque isso é crime federal.
Tecnologia do Blogger.