NO LIMITE DA OUSADIA (Katie McGarry)

quarta-feira, 15 de outubro de 2014


Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 48º livro lido em 2014 e foi NO LIMITE DA OUSADIA (Katie McGarry). Estava bem curiosa para ler este livro, pois o primeiro livro da autora que eu li, NO LIMITE DA ATRAÇÃO, me deixou bem satisfeita e este sendo a história de outros personagens que já orbitavam no primeiro livro, me joguei na leitura sem medo.

O livro nos traz a Beth, uma adolescente de 17 anos que vive na margem da sociedade. Seus melhores amigos, Noah e Isaiah vivem em uma lar de adoção e é neles que ela tem todo o apoio na vida já que a sua mãe é uma dependente química e o atual namorado dela insiste em bater na Beth sempre que quer. Beth faz de tudo para ajudar a mãe e em uma situação limite, ela é obrigada a assumir um delito dela para que a mãe não volte para a cadeia. Na delegacia, um tio dela aparece, Scott, paga a sua fiança e a leva para a sua casa com a condição de que se ela não se comportar, ele entregará a mãe dela para a polícia.

Em contrapartida, temos o Ryan, um adolescente como a Beth, mas com a vida perfeita: ele é o melhor jogador do time de beisebol, sua familia é um exemplo para a comunidade e ele tem os melhores amigos do mundo, mas como nem tudo o que parece ser, é de fato, Ryan vive uma vida de fachada.

Beth e Ryan se aproximam depois de uma brincadeira que os amigos do Ryan fazem com ele e eles acabam se interessando um pelo o outro, mas Beth insiste na ideia que precisa fugir com a mãe para um lugar longe e Ryan luta contra o preconceito que todos têm a respeito de Beth: ela se veste de um jeito estranho, fuma, fala palavrões e tem tatuagens.

A primeira vista, a história pode ser confundida com um livro jovem-adulto como qualquer outro, afinal eles são adolescentes e estão vivendo o amor pela primeira vez, porém a carga emocional de cada um é muito intensa. Beth lutou a vida inteira para proteger a mãe e Ryan não aguenta mais viver a mentira que a sua família vive. E temperando toda esta história, temos uma escrita intensa, forte e bem feita da autora, nos contando uma história que você não consegue parar de ouvir.

Eu adorei o livro e sofri muito com os personagens. A forma como eles amadurecem no decorrer da história é muito bem marcada e os personagens coadjuvantes são muito bem estruturados também. A protagonista idolatra a mãe, mas eu a odiei o tempo inteiro. Ela detesta o tio Scott, mas eu o amei desde o começo. O ambiente escolar recheado de preconceitos e expectativas e as sérias decisões que os personagens precisam tomar mesmo ainda não estando maduros para tanto. 

O livro é muito humano. Aborda drogas sem marginalizar e sobretudo, sem estimular. Discretamente quebra estigmas que não construímos, mas que respeitamos calados e nos faz questionar a estrutura da família padrão que nos é imposta dia após dia. O livro nos dá espaço para refletirmos e eu acredito que esse seja um dos papéis principais da leitura na minha vida: ler, parar, pensar, concordar ou discordar, mas fazer a mente trabalhar.

Recomendo para quem gosta de uma história bem argumentada, bem escrita e muito bem amarrada.
"Quantos de nós estão fingindo tudo por fora? Fingindo que na verdade são algo que não são? Melhor ainda, quantos de nós ainda terão coragem de ser quem são, apesar do que os outros pensam?" página 312
"Isso deve ser amor: quando tudo mais no mundo pode explodir e você não se importa, desde que aquela pessoa esteja do seu lado." página 215
Obs.: Uma coisa que me incomoda um pouco nesta série são as capas que nos remetem imediatamente à um livro do gênero erótico. O livro não é nessa linha e isso pode pegar um leitor desavisado de surpresa. Vale lembrar que a abordagem do livro é jovem/adulto, mas com temas sérios e consistentes. Nem de longe é erótico ou sensual. 




Um pouco sobre a autora: Katie McGarry é americana e seus livros publicados no Brasil são:

Comentários
4 Comentários

4 comentários :

  1. Ótima resenha, Ivi, falou tudo o que achei do livro. Tive vontade de chacoalhar a Beth para acordar em relação a mãe, e quando finalmente ela resolveu tomar uma atitude, quase foi tarde demais. Em relação as capas, está certíssima, no primeiro livro, não acontece nada de sexual com os protagonistas e neste tudo é muito sutil.
    Estou ansiosa pelo livro do Isaiah, pensei que ele seria o par da Beth.

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    1. Eu tb tinha certeza que Isaiah e Beth seriam o casal da vez... Agora é esperar pela história dele e torcer para que seja lançado logo no Brasil. Bj

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  2. Pelas capas parece que o livro é erótico mesmo, mas como você eu gostei muito da história, na verdade achei bem melhor que o primeiro livro, a história foi bem intensa e os personagens muito humanos. Amei.
    Bjs

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  3. Gente, que capa é essa? Amei!!! Apesar dela aparentemente não entrar muito em sintonia com os temas tratados no livro. Esse livro está em minha lista de leitura a algum tempo. Não li o primeiro livro então não conheço ainda o estilo de escrita da autora mas já li críticas positivas quanto a esse livro. Achei interessante essa vertente humanista dele ao tratar de temas complicados que vemos no dia a dia. Já estou ansiosa para começar a lê-lo...

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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