PERDÃO LEONARD PEACOCK (Mathew Quick)

domingo, 26 de janeiro de 2014


Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 4º livro lido em 2014 e foi PERDÃO LEONARD PEACOCK (Mathew Quick). Embora a capa do livro não seja nenhum pouco atraente, o nome do autor superou minha antipatia pela capa e eu me aventurei nesta história.
O livro nos traz o Leonard no dia em que ele completa 18 anos. Para qualquer jovem esta seria uma data interessante, mas para o Leonard é o dia em que ele decidiu matar seu ex amigo Asher Beal e depois se matar e para isso, ele pega uma arma que foi do seu avô, uma arma que foi usada na segunda guerra mundial, um P-38. Mas antes do Leonard cumprir com a sua última missão na vida, ele quer entregar alguns presentes para 4 pessoas. Não são muitas pessoas, mas ele está intimamente ligado a cada uma delas: Sua mãe Linda, uma mulher egoísta, relapsa e que não deveria ter o privilegio de ser mãe; o vizinho e idoso Walt, com quem Leonard compartilha o lazer de assistir filmes antigos de Bogart Humphrey; a Lauren, uma menina por quem Leonard é apaixonado mas sabe que se trata de um amor impossível porque ela insiste que ele professe a mesma fé que ela e Leonard é um ateu resoluto e, por fim, o professor Silverman, por quem Leonard tem uma admiração genuína e acredita que ele é o único professor no universo que se preocupa de verdade com os seus alunos. 
Após Leonard entregar o seu presente para estas pessoas ele irá matar o Asher, alguém que já foi seu amigo, seu único amigo, mas que fez com que Leonard se transformasse em um adolescente nada popular e estranho mediante todos.
O livro é narrado em primeira pessoa e por mais bizarro que o protagonista seja, afinal ele quer morrer para calar o grito de dor que insiste em soar dentro de si, eu consegui me familiarizar intimamente com o Leonard, talvez porque o autor foi extremamente convincente nos argumentos que Leonard apresentou e me colocou a certeza que apenas morrendo, o personagem encontraria o fim de seus problemas.
É um livro forte, intenso, muito bem escrito e assustadoramente crível. É um livro que me fez pensar, sorrir e chorar, um livro que mexeu comigo em vários aspectos e me fez questionar quanto de dor cada um de nós atravessa pela vida adentro. Minha conclusão é que se trata  de um livro sério que não pode ser lido de forma leviana e que tem uma mensagem muito apropriada para os dias de hoje.
Toda a narrativa do livro é marcada por notas de rodapé que em um primeiro momento podem assustar o leitor, mas que não tiram a fluidez da leitura porque são explicações interessantes para o que Leonard está contando.
O que me deixou muito feliz na leitura foi que o autor Mathew Quick não possui uma fórmula pronta para desenvolver suas histórias pois este livro é muito diferente do seu grande sucesso O LADO BOM DA VIDA que foi adaptado para os cinemas. Imaginei se este livro poderia ganhar uma adaptação cinematográfica também e que se o roteiro não fosse drasticamente alterado, se transformaria em um filme muito bonito.
Durante toda a narrativa, existem inúmeras citações à Hamlet, de Shakespeare e que me deixou curiosa quanto à leitura e o protagonista fala o tempo todo sobre a arma que ele usará no homicídio-suicídio, a P-38.
Como eu não conheço nada de armas, fiquei curiosa para saber como era e segue uma das imagens que encontrei no Google.
Recomendo a leitura deste livro se você estiver disposto a uma narrativa intensa, melancólica e que pode te tirar da sua zona de conforto. Foi uma ótima leitura para mim e eu acredito que ainda encontrarei muito prazer nas histórias que Mathew Quick irá contar.
Adorei!!!

O alemão que originalmente possuía a P-38 — qual seria seu nome? Seria um dos bons alemães de que nos fala Herr Silverman? Aqueles que não odiavam judeus, nem gays, nem negros, nem ninguém e que apenas tiveram o azar de nascer na Alemanha durante aquela época horrível? Será que ele se parecia comigo? página 12
É como se todos os adultos que eu conhecesse odiassem completamente seus empregos e suas vidas. Eu acho que não conheço ninguém com mais de dezoito anos que não prefira estar morto, além de Walt e Herr Silverman, e saber disso faz com que eu me sinta confiante quanto ao que vou fazer mais tarde. página 32
Mostre-me que é possível ser adulto e também ser feliz. página 37
Ele passa para a parte expositiva da aula, discutindo o conceito de vida dupla, ou ser duas pessoas diferentes ao mesmo tempo — o bom pai alemão da Segunda Guerra Mundial, que janta civilizadamente com a família em uma mesa formal e lê histórias para os filhos antes de beijar suas testas e acomodá-los na cama, tudo isso depois de passar o dia inteiro ignorando os gritos de mulheres e crianças judias, matando-as em câmaras de gás e acumulando cadáveres em horríveis covas coletivas. página 75

Um pouco sobre o autor: Mathew Quick era professor na Filadélfia, mas decidiu largar tudo e, depois de conhecer a Amazônia Peruana, viajar pela Africa Meridional e trilhar o caminho até o fundo nevado do Grand Canyon, reviu seus valores e, enfim, passou a dedicar todo seu tempo à escrita.Ele é americano e nasceu em 1976. Seus livros publicados no Brasil são:
PERDÃO LEONARD PEACOCK


Comentários
9 Comentários

9 comentários :

  1. As pessoas falam muito dos livros do autor, minha prima é psicóloga e lê muito os livros dele, mas nunca me senti motivada a ler O Lado Bom da Vida e menos ainda em ler Perdão Leonard Peacock, pois como você acho essa capa horrorosa. Já vi vários blogs que tem parceria com a editora recebendo o livro como presente promocional e sei lá ninguém parecia muito feliz em ter recebido o livro e isso me afastou ainda mais da publicação. Porém agora, lendo sua resenha, acho que a história poderá ser do meu agrado e vou colocar o exemplar em minha lista de desejos futuros, quem sabe um dia perca minha aversão a capa e consiga lê-lo o tema é realmente muito interessante ;)
    Ótima semana meninas!!!!

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    1. E aquela história de "Não julgar um livro pela capa"??? Julgando a capa voce está perdendo uma ótima história.
      Bem melhor que O lado bom da vida!

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  2. Quando eu leio um livro e gosto muito procuro sempre ler os outros livros do mesmo autor(a). Nem todos os livros de um mesmo autor são bons, um ou outro pode ser meio chatinho ou não ter me tocar de alguma forma, e no balanço geral eu faço minha avaliação sobre o autor e continuo lendo seus titulos mesmo não gostando de dos seus livros. O problema é quando eu começo a ler um autor e de cara não curto o primeiro livro que li, e isso aconteceu comigo e Mathew Quick. Eu não gostei nada do livro O OUTRO LADO DA VIDA e agora todos os titulos que vejo já fico com um pé atrás e, consequentemente, quando a resenha é boa como essa sua, o livro até entra na minha lista de leitura mas fica lá atrás.
    Fiquei curiosa com a história. Pq ele quer matar o amigo, afinal?
    Então pode ser que me anime a ler e dar mais uma chance a Mathew Quick.
    Bjuuuuus

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    1. Gostei tanto que até errei o nome do livro :)
      O OUTRO LADO DA VIDA que na verdade é O LADO BOM DA VIDA.:)

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  3. Já li muitas resenhas positivas sobre este livro e parece ser mesmo muito bom! Nunca li nenhum que abordasse esse mesmo tema e achei bem diferente porque, pela narrativa, iremos poder conhecer o lado e ponto de vista do personagem antes de poder jugá-lo e conhecer bem seus motivos. Deve ser mesmo uma ótima leitura, adoro livros que nos trazem lições e nos emocionam. Fiquei curiosa para saber como será o desfecho dessa estória :)
    beijos ♥
    quemprecisadetvparaverbeyonce.blogspot.com.br

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  4. Oi Ivi, realmente a capa é horrível, do tipo que afasta qualquer um da leitura. Ainda bem que você teve coragem e leu para nos contar. Gostei muito do enredo e do último quote que você escolheu. Tem muito adulto procurando esta fórmula.
    Bjs, Rose.

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  5. A capa não me chamou a atenção também, é bem sonsinha, mas assim como vc eu quero ler esse livro por causa do autor.
    Minha primeira reação ao inicio da resenha foi pensar "que horror" é um tema muito tenso e imagino que seja uma leitura um pouco angustiante. Quero muito ler.
    Bjs

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  6. Sou louco para ler esse livro,meu sonho de consumo *-*

    http://tudoonlinevirtual.blogspot.com.br/

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  7. Eu ainda não li o outro livro do autor, O lado bom da vida, mas muita gente falou bem, e disse que estavam super ansiosos por esse :D
    Adorei a resenha, e com certeza vou dar uma chance *-*
    Obrigada pela dica♥

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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