Jane Eyre (Charlotte Brontë)

sexta-feira, 18 de junho de 2021

Ficha Técnica:
Nome Original: Jane Eyre
Autora: Charlotte Brontë
País de Origem: Inglaterra
Tradução: Adriana Lisboa
Número de Páginas: 536
Ano de Lançamento: 1847
ISBN-13: 9788537817612
Editora: Zahar

Oi gente que ama livros, hoje venho coma resenha do 41º livro lido em 2021 e foi Jane Eyre (Charlotte Brontë). Nunca tive curiosidade para ler o livro até ficar gratuito no Kindle, quando não pensar duas vezes em baixá-lo e iniciar a leitura quase imediatamente.

O livro nos traz Jane Eyre, uma criança órfã, que vive com parentes que não hesitam em demonstrar o quanto ela não é bem-vinda e fazem de tudo para dificultar sua vida e transformar sua estadia na casa a mais dolorosa e insuportável possível. Ainda jovem, ela é enviada para uma escola para meninas, o que é de certa forma, bom para todos. É neste ambiente que Jane cresce e percebe que deseja muito mais da vida do que aquilo que conquistou até agora, do que jamais pensou que pudesse ser possível.


Contrariando os costumes da época, Jane tem muita vontade de trabalhar e vencer pelo próprio esforço. Ela é esforçada, inteligente, muito batalhadora e tem um sonho. Para segui-lo, ela aceita o emprego como governanta em Thornfield Hall, mas não encontra somente a possibilidade de ganhar seu próprio sustento na mansão cheia de mistério. Jane se depara com uma paixão avassaladora pelo Sr. Edward Rochester, seu patrão.

A vida nunca deu nada de mão beijada à Jane. Essa é a história de uma jovem que lutou contra todas as possibilidades e da maneira dela, conseguiu vencer.


Quando lemos ‘Romances de Época’ uma das características sempre presente é que as protagonistas sejam, cada uma a sua maneira, muito à frente de seu tempo. Ainda assim, nós, enquanto leitores do século XXI lendo obras de autores contemporâneos (que se passam em períodos como Medieval, Renascentista, Elisabetano, Vitoriano etc), ainda sentimos certo assombro com determinadas atitudes de personagens ou acontecimentos que recheiam estes livros. Tendemos a analisar a obra, que se passa séculos antes do nosso, com um olhar muitas vezes impregnado da nossa própria modernidade. Geralmente julgamos uma história ‘antiga’ comparando-a com nossa experiência atual, o que de certa forma é normal, porém incorreto. O que dizer de um livro que de fato nos apresenta uma protagonista à frente de seu tempo, pois teve sua história contada em 1847?

Nesse clássico, de fato compreendemos o uso da expressão citada acima. A história de Jane Eyre é incomum e certamente revolucionária desde o primeiro instante. Através de uma narrativa em primeira pessoa, conhecemos a história de uma jovem órfã que deseja ser dona da própria vida. Contrariando os ditames da época, nos quais as mulheres tinham como propósito absoluto casar com um homem de bens, constituir família e fazer parte da sociedade abastada, Jane simplesmente se cansa de ser jogada à margem da vontade de todos. Nesta obra, conhecemos uma personagem verdadeiramente feminista, que se opõe a desempenhar um papel preestabelecido por uma sociedade patriarcal e luta contra as situações que a vida impõe utilizando as armas que possui: inteligência, resiliência e a certeza de que ela merece mais.


Jane sofre desde o início do livro. Ela apanha, ouve insultos, é tratada como um ser insignificante e sem valor. Não tem ninguém com quem possa contar além dela mesma. Não é bonita, não possui riqueza e não se interessa em galgar um lugar na sociedade através de matrimônio. Todos esses pontos, tão humanos e abordados de maneira muito direta, tornam o livro ainda mais incomum para a época de sua publicação. A autora dificultou muito a vida de sua heroína e o fez de maneira tão brilhante que sentimos suas dores conforme a história avança, mas sentimos também todo o lado feminino que ela mostra tão abertamente: com um senso de humor interessante e outras qualidades que nos inspiram inclusive nos dias de hoje.

A experiência de leitura foi intensa, insana e muito positiva. A protagonista me ganhou em sua vulnerabilidade social, mas como uma pessoa forte que não aceitava a sua situação. O romance do livro é diferente, pois temos um mocinho com quem não simpatizamos e tudo isso com um toque de mistério e drama que nos envolve da primeira à última página.

Apenas um ponto me incomodou durante a leitura: a quantidade alta de referências bíblicas, algo que particularmente me desanima em qualquer enredo. Salvo isso, o livro me trouxe uma leitura maravilhosa.

Eu adorei!!!


Um pouco sobre a autora:
Charlotte Brontë foi uma das grandes romancistas da Inglaterra do século 19, a mais velha das três irmãs Brontë, cujos romances são marcos na história da literatura mundial. Nasceu em 1816, sendo a terceira filha do reverendo Patrick Brontë e de sua esposa, Maria Branwell. Seu ingresso na literatura iniciou-se com pequenos contos de inspiração byroniana escritos em conjuntos com seus irmãos. A importância de Charlotte Brontë é significativa em um momento em que as relações sociais e econômicas da sociedade se transformavam: em uma época onde as mulheres eram consideradas apenas como um mero adorno social, Charlotte Brontë bravamente enfrentou os obstáculos da sociedade através de sua obra. Seus romances falam sobre a opressão da mulher, o que a caracterizam como uma das primeiras mulheres modernas. Seus livros publicados no Brasil são:
    • Jane Eyre
    • Shirley
    • Villette
Comentários
1 Comentários

Um comentário :

  1. Olá, tudo bem? Eu tenho uma amiga que ama demais as irmãs Bronte e esse livro, por isso penso em dar uma oportunidade de leitura, mesmo que mais a frente. Não sabia que tinha referências bíblicas, mas dependendo do modo como é inserida, não me incomodo. Vamos ver! Excelente resenha!
    Beijos

    ResponderExcluir

Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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