Um Milhão de Pequenas Coisas (Jodi Picoult)

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Ficha Técnica:
Nome Original: Small Great Things
Autora: Jodi Picoult
País de Origem: Estados Unidos
Tradução: Cecília Camargo Bartalotti
Número de Páginas: 508
Ano de Lançamento: 2021
ISBN-13: 9788576864820
Editora: Vérus 

Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 34º livro lido em 2021 e foi Um Milhão de Pequenas Coisas (Jodi Picoult). Descobri esse lançamento por acaso, claro que comprei sem nem ler a resenha porque Jodi Picoult é uma das minhas autoras favoritas e aguardei ansiosamente meu livro chegar.

O livro nos traz Ruth Jefferson, uma enfermeira obstetra com mais de vinte anos de experiência na área e ama intensamente o que faz. Em um plantão, ela é impedida de cuidar de um recém-nascido pelo simples fato de ser negra. Os pais da criança são supremacistas brancos, pedem para a direção do hospital que ela não toque no seu filho e são atendidos. Porém em um momento em que Ruth está sozinha no berçário, o bebê tem uma parada cardíaca e ela é acusada de não ter feito de tudo para salvar a criança. O livro se desenvolverá sobre a investigação e julgamento de Ruth por isso e questões sérias como raça, privilégios e preconceitos são esmiuçadas dentro da narrativa.


Por ser uma mulher negra, Ruth viveu sua vida inteira driblando o racismo. Orientada pela mãe a ser sempre uma pessoa melhor e evitar os olhos de dúvidas sobre ela, estudou muito para ter sua graduação e conquistar um emprego de respeito. Da mesma maneira, criou o filho Edison e após a morte do marido na guerra do Afeganistão, se viu sozinha para educar a criança. Quando ela se vê acusada de algo sério no seu trabalho e perde o direito de trabalhar com o que ama, sua vida vira de cabeça para baixo. A advogada Kennedy é designada para defendê-la e embora nunca tenha pego nenhum caso parecido, se esforça de todas as formas para que Ruth tenha um julgamento justo.

Os pais da criança são personagens complexos. O pai Turk é sempre odiou negros. No passado, algo sério aconteceu com sua família e ele acreditou que ser branco era ser superior e sempre organizou a sua vida desta forma. Por isso, conheceu Frances, outro supremacista que sempre o orientou a nunca desanimar diante desta luta. Turk casou-se com Britt que como ele, odiava negros e demais minorias. Dessa forma, não enxergam Ruth como um ser humano e querem a todo custo que ela pague pelo que aconteceu com seu filho.

O livro é intenso e extremamente envolvente. Ruth é uma personagem por quem o leitor se apaixona logo nas primeiras páginas. Ela é coerente, séria, honesta e tudo o que quer é viver em paz com as poucas escolhas que conseguiu fazer na vida. Quer ser exemplo para o filho e embora saiba que não é inferior a ninguém, tenta sobreviver ao racismo com sua postura de vida. Kennedy por sua vez, apesar de ser uma mulher admirável e de igual modo, apaixonante, não conhece as dores e os medos de Ruth. Como mulher branca e privilegiada, não sabe o que é ser uma mulher negra e em um processo de humildade, aprende aos poucos o que Ruth tenta ensinar com seu comportamento.


Há um trecho muito marcante no livro em que as duas vão a um supermercado e enquanto Ruth é seguida pelo segurança por todos os corredores e precisa mostrar a nota fiscal de sua compra na saída, Kennedy passa desapercebida dentro do mesmo estabelecimento. Esse tipo de ação tenta ensinar a Kennedy que por mais que ela diga que “raça não importa”, é o negro quem sofre com suspeitas todos os dias, em todos os lugares e por muitas pessoas. Pequenas ações como esta tentam elucidar para Kennedy e sobretudo para o leitor que as pessoas não são vistas de forma igual.

O livro é tenso, melancólico, mas tão pertinente que acho que deveria ser lido por todos os seres humanos. Questões de raça são inseridas e explicadas de forma tão didática dentro do enredo que a leitura se torna uma aula cheia de reflexão, em que pessoas como eu precisam apenas abrir o coração e a mente para aprender. 

Como é característico nos livros da autora, existem dados e pesquisas que sutilmente fazem parte da narrativa e que agregam de forma natural. Não se trata de mais um livro que discute o racismo, mas sem dúvida, é um dos livros com o tema mais bem desenvolvido e que nenhum leitor poderá terminar esta leitura da mesma forma que começou.


Como puderam perceber, eu adorei. Terminei a leitura com o rosto molhado de lágrimas e sem dúvida, se tornou um dos favoritos do ano e da vida.

Amei!!!


Um pouco sobre a autora:
Jodi Picoult nasceu e cresceu nos Estados Unidos. Estudou Inglês e escrita criativa na Universidade de Princeton e publicou dois contos na revista Seventeen enquanto ainda era estudante. Aos 38 anos é autora de onze best sellers. No Brasil, alguns de seus livros publicados são:
  • Dezenove Minutos
  • O Pacto
  • Uma Questão de Fé
  • O Filme Perfeito
  • A Guardiã da Minha Irmã
  • A Menina de Vidro
  • Piedade
  • Um Mundo À Parte
  • A Menina Que Contava Histórias
  • As Vozes do Coração
  • Tempo de Partir
  • Um Milhão de Pequenas Coisas
Comentários
6 Comentários

6 comentários :

  1. oiiie!!! olhando pela capa nunca iria pensar que o livro é sobre racismo e tals...Não conhecia e já vou coloca-lo como desejado.
    Parece mesmo ser um livro envolvente, tenso e melancólico.
    https://quemevcbrubs.blogspot.com/

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  2. Olá,
    Eu não conhecia o livro. Mas que profundo não ? Eu fico pensando o quão intenso e profundo deve ser cada página.
    Gostei bastante.
    Beijos

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  3. Olá, tudo bem? Eu nunca li nada da autora, mas sempre tive enormes curiosidades pois tenho uma amiga que é super fã e só fala bem das obras dela. Amei saber que a história é agregadora de informações, reflexões e trazem temas tão profundos e importantes. Fiquei mega animada em conhecer, e com certeza será uma dica anotadíssima. Excelente resenha!
    Beijos

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  4. Oi!
    Não conhecia esse livro e nem a autora, mas como você mesma colocou, acho também que todas as pessoas deveriam ler, falando do enredo já fico revoltada com a hipocrisia dos pais dessa criança, primeiro submete a uma pessoa a tal humilhação depois a culpa de negligenciar a criança? Pelo amor de Deus né, me poupe! Já anotei a dica, pois minha curiosidade em saber detalhadamente os fatos já me coçam os neurônios kkk. Obrigado pela dica, parabéns pela resenha, bjs!

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  5. Oi, tudo bem? Não lembro de já ter visto o livro mas pelo título eu jamais imaginaria esse tema (racismo, preconceito, etc.). Que dilema esse vivido pela médica. Primeiro é afastada da criança e não pode cuidar dela, depois é responsabilizada porque não fez tudo o que podia para salvar uma vida? As pessoas além de indecisas ainda fazem mal umas às outras. Muito triste isso. Fiquei curiosa quanto a leitura. Um abraço, Érika =^.^=

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  6. Olá Ivi,
    ainda não li nada dessa autora mas esse livro com toda certeza do mundo vou querer ler. Sendo eu enfermeira e negra, não poderia estar mais indignada com a situação absurda a qual a Ruth foi submetida, estou ansiosíssima para acompanhar sua trajetória e saber como tudo termina pra ela. Eu até já tinha visto esse livro por ai, mas não fazia ideia de que abordava assuntos tão importantes e profundos.

    Nosso Mundo Literário

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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