Deixei Você Ir (Clare Mackintosh)

segunda-feira, 26 de abril de 2021

Ficha Técnica:

Nome Original: I Let You Go
Autora: Clare Mackintosh
País de Origem: Estados Unidos
Tradução: Flávia Rössler
Número de Páginas: 368
Ano de Lançamento: 2017
ISBN-13: 9788551001752
Editora: Intrínseca
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Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 26º livro lido em 2021 e foi Deixei Você Ir (Clare Mackintosh). Eu não lembro exatamente onde vi a indicação deste livro, apenas sei que várias pessoas comentavam sobre o final surpreendente e que todas as reviravoltas no decorrer da narrativa eram consistentes. Com essas referências, não pensei duas vezes em ler.

O livro inicia com o atropelamento do pequeno Jacob, um menino de 6 anos que ao soltar da mão da mãe em um dia chuvoso, é atingido por um carro e o motorista não o socorre. Desesperada em acudir o filho, a mãe não presta atenção ao modelo ou a placa do carro e assim, as investigações são encerradas poucos dias depois da morte do garoto. O detetive Ray Stevens e seus colegas, Kate e Stumpy não se conformam com o ocorrido e um ano depois do atropelamento, começam a investigar novamente, só que desta vez é ainda mais difícil, pois a mãe desolada e julgada como irresponsável, sumiu da cidade.


Em paralelo, temos uma mulher que chega ao litoral do País de Gales e tenta se estabelecer ali em um vilarejo em que todo mundo se conhece, mas por ter poucas pessoas, ela acredita ser o lugar ideal para seu recomeço e cria sua rotina aos poucos. Sabemos pouco sobre o passado dessa mulher, apenas que ela não tem relações com a família e muito medo de tudo e de todos, até que conhece Patrick, o veterinário do lugar e começam uma amizade que se transforma em amor.

Na metade do livro somos surpreendidos pela primeira reviravolta, que me fez dar um grito de tão inesperada e bem desenvolvida, porque até este momento do livro temos narrativas que se intercalam entre a investigação do atropelamento e da vida desta mulher misteriosa. De certa forma, somos induzidos a acreditar em alguns fatos, mas a autora nos mostra que estávamos extremamente errados.

A partir daí, outra linha narrativa se inicia e nossa percepção do atropelamento, bem como da construção de vida da mulher misteriosa, não nos dão paz até que tudo seja solucionado.


Falar um pouco mais sobre esse enredo pode me jogar em um solo perigoso de spoilers, por isso o que tenho a dizer é que a história é forte e muito bem desenvolvida e você não conseguirá largar o livro até saber exatamente o final, que vem de forma concreta, com todas as respostas, ainda que estas mesmas respostas estivessem nas entrelinhas o tempo todo.

Este livro é o equilíbrio perfeito entre romance policial e drama e coloca temas sérios como relacionamentos abusivos e violência doméstica no centro da narrativa. Temos um mistério a resolver, o que é relevante para a trama, porém, temos também a reflexão sobre a violência que muitas mulheres vivem dentro de suas casas, silenciadas pela vergonha, pelo medo e pela violência. Tudo isso é feito de forma orgânica, nos dá o ponto de vista da vítima e também do abusador que justifica suas atitudes e nos desperta apenas a sede de vingança.

Os personagens são intensos e tridimensionais. Ninguém é apenas bonzinho ou do mal. Ray é um detetive dedicado, mas tem colocado a profissão à frente da família. Kate é profissional, séria e talentosa, tem um senso de justiça altíssimo, mas se sente sozinha em sua vida pessoal. Patrick é um homem moderno, mas se rende a paz do interior e se apaixona genuinamente.


A construção desses personagens e seus dramas pessoais é uma das qualidades mais incisivas do livro. Eles se tornam tão próximos a nós que nos tornamos confidentes de seus problemas, testemunhas de sua luta e torcedores de seu sucesso. Partilhamos dramas palpáveis, o que é fundamental no momento em que a autora decide embaralhar as cartas e dar a primeira reviravolta da trama. Depois que nos envolvemos com a história e seus personagens no ritmo mais lento que domina toda a primeira parte, o suspense e a ação tomam conta ao iniciar a eletrizante segunda parte.

Foi uma leitura visceral, instigante e que me envolveu do primeiro ao último parágrafo. Ao encerrar a leitura, eu estava mais que satisfeita com a experiência que o enredo me trouxe. 

Eu adorei!


Um pouco sobre a autora:
Clare Mackintosh trabalhou doze anos na polícia, incluindo um período no Departamento de Investigação Criminal. Em 2011, abandonou a polícia para ser jornalista freelancer, escrevendo para publicações como o jornal The Guardian. Criadora do festival literário de Chipping Norton, atualmente ela se dedica em tempo integral à carreira de escritora e vive em Cotswolds, na Inglaterra, com o marido e seus três filhos. Deixei Você ir é seu livro de estreia e o único publicado no Brasil.
Comentários
2 Comentários

2 comentários :

  1. Como é que ignora uma resenha dessa? Eu já estou louca aqui criando mil teorias, a mulher misteriosa é a mãe? Foi quem atropelou? Onde vai dar essa investigação tardia... Já fiquei arrasada pela morte do garotinho, sou mãe e não consigo sequer conceber uma ideia como essas. Tenho certeza que a carga dramática é enorme e aliada a investigação, não poderia ter me interessado mais.

    Bjos!
    Nosso Mundo Literário

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  2. Oi oi querida,
    eu já ouvi muito sobre esse livro, mas nunca parei para ler nem mesmo a resenha. A capa engana bastante, pensei que fosse um romance ou algo relacionado a um casal. A sua resenha foi bem completa e tirou diversas dúvidas que surgiram pra mim logo no inicio da leitura da sinopse e resenha. Mesmo com um começo bem intenso, achei a história muito bem construída e fiquei interessada em ler e saber mais sobre os personagens.

    Beijoss, Enjoy Books

    ResponderExcluir

Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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