Ficha Técnica:
Nome Original: As Intermitências da Morte
Autor: José Saramago
País de Origem: Portugal
Número de Páginas: 208
Ano de Lançamento: 2005
ISBN-13: 9788535907254
Editora: Companhia das Letras
Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 7º livro lido em 2020 e foi As Intermitências da Morte (José Saramago). Este livro foi um presente de final de ano de um amigo com a forte indicação que era um dos seus livros favoritos e que tinha muito a ver comigo. Já li dois livros do autor e adorei, porém Saramago é um daqueles autores que me intimidam por isso parti para esta leitura com apreensão.
O livro começa com a seguinte frase: “No dia seguinte ninguém morreu.” e prossegue a narrativa com a descrição dos fatos que ocorreram após a Morte ter deixado de prestar os seus serviços à comunidade local de um determinado país, a partir do primeiro dia do ano.
A escolha do autor pela temática da morte é que origina todo o encadeamento da narrativa. Embora esse tema já tenha sido profundamente explorado por diversos autores, Saramago leva o leitor a refletir o seu aspecto contrário, isto é, o não morrer. O que a princípio pode ser visto como a tábua de salvação para todos os males, o autor revela o outro lado da moeda, ou seja, todos os problemas que a tão temerosa morte causaria se deixasse de prestar os seus funestos serviços.
No desenrolar dos diferentes fatos ocorridos no país fictício, o autor revela que a morte apesar de ter sido acusada de “impiedosa, cruel, tirana, malvada, sanguinária, vampira, imperatriz do mal, Drácula de saias, inimiga do gênero humano, desleal, assassina, traidora”, é o que poderíamos considerar como um verdadeiro mal necessário.
Na primeira parte, o narrador relata os principais acontecimentos que ocorreram no país fictício após a morte ter cessado suas atividades e todos os desdobramentos que tal fato propiciou. Saramago começa por mostrar como a ausência da morte significa um inferno para os vivos - um estado em suspenso onde as estruturas políticas, sociais ou religiosas entram em colapso. O autor descreve esse colapso com a mesma graciosidade com que escreveu a alegria efêmera.
A grandeza deste livro não está na originalidade do tema. Está no tratamento e na capacidade irregular em Saramago de lidar com dois paradoxos morais que fazem parte da nossa vida. Todos sonhamos com um mundo de eternidade absoluta, mas ao mesmo tempo, afirmamos, com patética coragem, que a morte faz parte da vida.
É um livro forte, original, interessante e envolvente, sem dúvida, o meu favorito do autor.
Eu amei!!!
Um pouco sobre o autor: José de Sousa Saramago foi um escritor, roteirista, jornalista, dramaturgo e poeta português. Foi ganhador do Nobel de Literatura de 1998 e também ganhou o Prêmio Camões, o mais importante prêmio literário da língua portuguesa. Saramago é considerado o responsável pelo efetivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa. Saramago, conhecido pelo seu ateísmo e iberismo, foi membro do Partido Comunista Português e diretor do Diário de Notícias. Alguns dos seus livros publicados no Brasil são:
- Ensaio sobre a cegueira
- O homem duplicado
- Ensaio sobre a lucidez
- Caim
- As intermitências da morte
- As pequenas memórias
- Claraboia
- O evangelho segundo Jesus Cristo
- Memorial do convento
- Alabardas