O Amor Segundo Buenos Aires (Fernando Scheller)

sábado, 15 de outubro de 2016

Ficha Técnica:
Nome Original: O Amor Segundo Buenos Aires
Autor: Fernando Scheller
País de Origem: Brasil
Número de Páginas: 288
Ano de Lançamento: 2016
ISBN: 978-85-8057-917-8
Editora: Intrínseca
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Esse é um livro que quis ler assim que soube do lançamento porque simplesmente sou apaixonada por Buenos Aires, meu lugar preferido no mundo! A Ivi que me conhece bem o escolheu como presente pelo meu aniversário (adorei, muito obrigada!) e comecei a leitura com grande expectativa.

O texto lindo na dedicatória já demonstra a mensagem do livro: capacidade de amar e amor em todas as formas. Antes de cada capítulo, há um mapa demonstrando o local citado nele, o que me empolgou logo de cara, já que ficava pensando se já estive próximo ou diretamente lá.
“E acho que Buenos Aires também me entende. A velha lição que aprendi entre um tapa na cara e um picolé de frutas – a de que se pode sobreviver a tudo – parece ser o mote daqui. A cidade que se arranha, se esfarela, leva safanões e pontapés, mas sempre dá um jeito de se levantar, aqui e ali, imponente”. – página 68
A narração é interessante: cada personagem comenta sobre outro. A diferença é que conhecemos vários pontos de vista, já que o personagem narrador será o foco de outro capítulo poucas páginas depois, o que nos leva a conhecer a situação de forma completa.  O primeiro capítulo é Leonor segundo Hugo, estrutura seguida até o final do livro, alterando somente os envolvidos. Ele é apaixonado por ela, decide morar em Buenos Aires para acompanhá-la, mas percebe que se distanciaram e o relacionamento termina. Hugo decide permanecer na cidade porque se apaixona também por Buenos Aires, suas peculiaridades e seus costumes. 

A segunda personagem apresentada é Carolina, comenta sobre Hugo, que a apoiou quando ela menos esperava. No terceiro capítulo, aparece o amigo Eduardo, um dos personagens mais importantes e especiais do livro. Eduardo está presente em todos os momentos de Hugo, seja para escutá-lo enquanto sofre por Leonor ou para apoiá-lo e ajudá-lo quando sua vida está em risco, momento em que demonstra conhecê-lo melhor do que ninguém e faz com que ele se sinta a pessoa mais importante do mundo.
“A ligação entre dois melhores amigos é a mais pura que pode existir. Não é definida por laços familiares, que são uma espécie de contrato tácito de amor, nem pela promessa de uma noite inesquecível de sexo. É inexplicável como é possível conversar por horas ou apenas permanecer calado ao lado de um amigo”. - página 93
A amizade entre eles é linda e recíproca, já que Hugo é igualmente presente para Eduardo, acredita em sua capacidade, o aconselha várias vezes e o incentiva no relacionamento com Daniel, o garçom que conheceram em uma boate. Daniel e Eduardo são totalmente opostos, mas se complementam e o relacionamento deles é de apoio, confiança e compreensão absoluta.

A família de Hugo também é citada: a intimidade e companheirismo com o pai (Pedro), o relacionamento complicado com a mãe Marta, sendo que os pais têm atitudes surpreendentes em determinados momentos e Hugo tem sentimentos diversos: confuso, surpreso e feliz com os acontecimentos que envolvem os dois.
“É uma sensação terrível conseguir ver uma história pelos olhos de outra pessoa, entender que você não é o único que se sente injustiçado”. – página 148
Outros personagens são importantes para a história: Martín é descrito por Carolina e juntos abordam aborto de forma bem triste. Charlotte demonstra outro estilo de vida e Ernesto é exemplo de alguém que não soube aproveitar as oportunidades da vida. Há reencontros em momentos críticos para a história: Hugo com Leonor e Daniel com o irmão Ivan. Neste momento, Eduardo demonstra coragem e amor na ideia para reaproximá-los. Outro encontro de Hugo, dessa vez com a turista colombiana Mar pode impactá-lo mais do que ele imagina. Mesmo que Hugo seja o protagonista, meus personagens preferidos foram Eduardo e Daniel, pela demonstração de maturidade a todo momento, independentemente da situação. Hu    
“Estender a mão e ter coragem e ter coragem de dizer que você quer superar as diferenças com alguém que ama – ou pelo menos aceitar que elas sempre vão existir são atitudes que exigem mais humildade e afeto do que qualquer outra coisa”. – página 236
Sensações, ações, paisagens e lugares são descritos de forma lenta, senti como se estivesse caminhando / vivendo com os personagens pelas ruas portenhas. São mencionados hábitos comuns como comprar um exemplar do Clarín (jornal argentino), pedir comidas típicas como empanadas, medialunas, alfajores, lanches com molho chimichurri e comprar algum item na Farmacity (farmácia MUITO comum por lá); lugares turísticos como a livraria El Ateneo, a feira de antiguidades de San Telmo e o Teatro Colón fazem parte dos capítulos, assim como algumas situações enfrentadas pelos habitantes da cidade como a crise financeira e os cortes de luz em determinada época.

A minha maior surpresa foi o último capítulo do livro, pois a narração é extremamente original, criou o clima perfeito para o desfecho e me fez ficar ainda mais encantada pela cidade! Um momento especial para todos, amor incondicional, mesmo quando nem todos entendem ou nem tudo é como desejamos. Como prometido, o livro apresentou o amor de todas as formas (de pai, mãe, irmão, amigo e como casal) e foi especial acompanhar tudo com a cidade de Buenos Aires como testemunha. 
“Eu tive bons amigos, amigos de quem gostava muito, mas me faltava o melhor amigo. Aquele para quem você pensa em contar o que aconteceu no seu dia antes de todo mundo, e só existe um desses para cada pessoa, é como um outro tipo de alma gêmea”. – página 276
O livro é melhor do que eu esperava, super recomendo! 


Um pouco sobre o autor: Fernando Scheller é repórter do jornal O Estado de São Paulo. Foi jornalista da Gazeta do Povo, da TV Globo e da Deustsche Welle, na Alemanha. O Amor Segundo Buenos Aires é sua estreia na ficção.
Comentários
1 Comentários

Um comentário :

  1. oie, que delícia de livro, estou recebendo várias indicações dele mas essa é a primeira resenha que leio e estou encantada, quero começá-lo para ontem, que bacana essa narração de vários personagens que vai se interligando. Parabéns pela resenha.

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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