FILME DA VEZ #146 Coringa: Delírio a Dois

terça-feira, 8 de outubro de 2024

Ficha Técnica:
Título Original: Joker: Folie à Deux
Ano de Produção: 2024
Lançamento no Brasil: 03 de outubro de 2024
Duração: 138 minutos
Gênero: Drama
País de Origem: Estados Unidos
Classificação: 16 anos
Direção: Todd Phillips
Roteiro: Scott Silver e Todd Phillips
Elenco: Joaquin Phoenix, Lady Gaga, Alfred Rubin Thompson, Bill Smitrovich, Brendan Gleeson, Brian Donahue, Catherine Keener, Connor Storrie, Don McManus, Gattlin Griffith, Gregg Daniel, Harry Lawtey, Jacob Lofland, Jimmy Smagula, June Carryl, Ken Leung, Leigh Gill, Mike Houston, 
Sharon Washington, Steve Coogan, Zazie Beetz.
Sinopse: Delírio a Dois, Arthur Fleck está institucionalizado em Arkham à espera do julgamento por seus crimes como Coringa. Enquanto luta com sua dupla identidade, Arthur não apenas se depara com o amor verdadeiro, como encontra a música que sempre esteve dentro dele.
Oi gente que ama livros, hoje trago para vocês os meus comentários sobre Coringa: Delírio a Dois.

O Coringa de Todd Phillips foi um ponto fora da curva no cinema em 2019, época em que o gênero de super-heróis atingiu o auge nas bilheterias. Em meio a mega-eventos, como Liga da Justiça e Vingadores: Ultimato, o longa da Warner decidiu contar uma nova história sobre o maior dos vilões do Batman, sem incluir o herói ou mesmo grandes nomes da mitologia criada por Bob Kane e Bill Finger na DC Comics. O diretor se inspirou em Alan Moore para dar vida a Arthur Fleck, um comediante fracassado que vira símbolo de resistência e caos ao assassinar um apresentador em rede nacional. A liberdade criativa dada ao cineasta foi laureada no Festival de Veneza e no Oscar, além do aval da bilheteria de mais de um bilhão de dólares.

A sequência não faz nenhuma concessão em relação a esse cenário criativo do filme anterior. Na verdade, dobra a aposta no exercício de subverter o gênero de super-heróis — uma subversão que, segundo ele, se tornou a única maneira plausível de fazer um novo filme sobre o Coringa. A diferença é que se no primeiro existia a segurança do "realista e sombrio", o aspecto musical torna Delírio a Dois um real exercício de transgressão de gênero, visto o que o cinema de quadrinhos se tornou: uma repetição de fórmulas e a autoafirmação de sua nostalgia precoce.


Na história, que se passa pouco tempo depois dos acontecimentos do primeiro filme, acompanha-se o julgamento de Fleck pelos assassinatos cometidos, ao mesmo tempo que o romance entre Coringa e Harley Quinn é apresentado. Ela, vivida por Lady Gaga, serve como o ponto de referência para o fenômeno que o Coringa se tornou, já que é uma fã do vilão, e também como catalisadora dos delírios que por vezes se tornam números coreografados e por vezes são apenas cantorias do casal. Assim como no filme anterior, os sistemas judiciário, policial e carcerário de Gotham são o contraponto para toda e qualquer calamidade cometida por Fleck/Coringa.


Delírio a Dois acrescenta pouco ou quase nada ao que foi discutido antes, por mais que gaste seus quase 140 minutos nisso. O roteiro de Phillips e Scott Silver acredita que a trilha escolhida, combinada com os números musicais que transportam o espectador para a mente instável do protagonista, são o suficiente para justificar toda uma história. Em termos estéticos é difícil discordar. Ótimos em cena, Gaga e Phoenix internalizam a loucura e confusão dos personagens, por menos envolvente que seja a trama em si. Mas ainda que exista o tradicional final de impacto dos filmes deste diretor, há pouco para se sustentar, já que a ideia do musical se sobrepõe à história contada, pois a repetição dos temas torna Delírio a Dois, em suma, um filme com uma ideia atraente, mas sem uma jornada para executá-la.


O roteiro começa a traçar tramas paralelas que pouco agregam ao conflito principal do personagem. Os guardas, advogados e juízes ganham um espaço que só é preenchido pelo ótimo Brendan Gleeson, mas que não se diferencia dos coadjuvantes que circulavam Fleck no primeiro filme e puxavam alguma humanidade dele a partir das reações vindas após a humilhação. A Arlequina de Gaga é um espetáculo musical inegável; a conhecida potência da artista é usada sempre que pode. Por outro lado, tanto o arco da personagem quanto a influência dela na trajetória do Coringa é tão superficial quanto a história do filme como um todo. E não é que há espaço reduzido para Gaga brilhar: os números usam tudo que podem da cantora, mas muito pouco da atriz.

Coringa 2 talvez funcione como exercício criativo para Todd Phillips e Joaquin Phoenix, dupla que só voltaria para uma sequência caso tivessem uma “ideia excelente e que criasse medo”. De fato, a ideia de colocar um dos casais mais complicados da cultura pop em um musical para o cinema de massa se faz transgressora e ousada, mas, ao mesmo tempo, evidencia que nem sempre só o conceito louvável sustenta uma jornada.

Eu esperava muito mais!

Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ivi Campos

48 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




.

Colunistas

sq-sample3
Kesy
sq-sample3
Kelly
sq-sample3
Laís

Facebook

Instagram

Lidos 2024

Filmes

Meus Livros

Músicas

Youtube


Arquivos

Mais lidos

Link-me

Meu amor pelos livros
Todas as postagens e fotos são feitas para uso do Meu amor por livros. Quando for postado alguma informação ou foto que não é de autoria do blog, será sinalizado com os devidos créditos. Não faça nenhuma cópia, porque isso é crime federal.
Tecnologia do Blogger.