Ventos de Mudança (Beverly Jenkins)

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

FICHA TÉCNICA

Nome Original: Rebel
Autora: Beverly Jenkins
Tradutor: Isadora Sinay
País de Origem: Estados Unidos
Número de Páginas: 240
Ano de Lançamento: 2021
ISBN: 9786555651720
Editora: Arqueiro
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Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 104º livro lido em 2022 e foi Ventos de Mudança (Beverly Jenkins). Este livro foi a minha sétima escolha para compor minha TBR especial de novembro, composta apenas de autores negros que desenvolveram suas narrativas com protagonistas negros.

O livro nos traz Valinda Lacy, uma professora negra que se mudou para Nova Orleans determinada a ajudar uma comunidade de ex-escravizados através da emancipação pelo estudo. Contudo, após ser atacada e ver a escola onde trabalha ser depredada por bandidos supremacistas, ela recebe ajuda do sedutor capitão Drake LeVeq, de cuja família acaba se aproximando. Noiva de um homem que não ama e descrente de casamentos por amor, suas percepções começam a mudar ao conhecer casais tão diferentes dos que ela já tinha tido contato.


Em terceira pessoa, a prosa de Beverly Jenkins é tanto ágil quanto envolvente, capaz de nos situar no período pós-Guerra Civil estadunidense e nas emoções tão intensas de seus personagens sem perder a leveza. O retrato da época é feito de maneira a não ser o foco da trama, mas, ainda assim, pontuado para chamar a atenção. As injustiças sofridas por ex-escravizados e pessoas negras em geral em decorrência da escravidão são demonstradas em diversas situações, o que serve como base para explicar as desigualdades sociais sentidas até os dias de hoje. Mais do que isso, a autora coloca essas figuras na posição de protagonistas, fornecendo, acima de tudo, uma história de força, poder e romance como merecem ser representadas, para além da dor.

Algo que gostei muito foi como Ventos de Mudança tanto traz alguns dos clichês típicos dos romances de época quanto os subverte. Valinda é a mocinha em situação de perigo salva pelo heroico Drake, mas não tem nada de indefesa. Aliás, o título original Rebel, se aplica muito bem a ela, que não abaixa a cabeça e sabe defender a si mesma. Tanto ela quanto Drake são cativantes e a interação dos dois é repleta de química, rendendo bons diálogos e passagens apaixonantes.


Uma das maiores surpresas para mim foi a relação entre Valinda e o noivo. Além de ter adorado a sólida amizade entre os dois, sem que um triângulo amoroso desnecessário tenha sido formado, amei a real motivação para ela ter aceitado firmar compromisso com ele, algo bastante inusitado em livros do gênero e que trouxe outra importante representação na leitura. Também construiu o enredo e a personagem com mais solidez.

Talvez o romance tenha tido algumas facilitações narrativas, mas como o recorte histórico era fortíssimo, não afetou a fluidez da leitura.

Em linhas gerais, Ventos de Mudança me proporcionou uma leitura gostosa, apesar das passagens dolorosas e muito envolvente, que tanto tem ares de romances de época típicos — e que entrega o conteúdo esperado nesse sentido — quanto vai além deles, rompendo padrões e trazendo uma representatividade extremamente necessária, com um pano de fundo histórico que não pode ser esquecido ou ignorado. Com certeza, estou curiosa pelos próximos títulos.


Ventos de Mudança é o título que inaugura a série de época Mulheres Pioneiras de Beverly Jenkins, um crossover com outra série da autora, a Família LeVeq, não disponível no Brasil. 

Eu gostei tanto que já quero ler o segundo livro imediatamente.


Um pouco sobre a autora:
Beverly Jenkins recebeu o Prêmio Romancistas da América pelo conjunto da obra em 2017 e o Prêmio Romantic Times de Escolha dos Críticos de 2016 na categoria romance histórico, e foi indicada ao Prêmio NAACP Image em Literatura. Desde a publicação de Night Song, em 1994, ela tem liderado o movimento pelos romances inclusivos e é aclamada por críticos, fãs e colegas.

Seus livros publicados no Brasil são:
  • Ventos de Mudança
  • Tempestade Selvagem
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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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