Ficha Técnica:
Nome Original: O Pior Dia de Todos
Autor: Daniela Kopsh
País de Origem: Brasil
Número de Páginas: 264
Ano de Lançamento: 2019
ISBN-13: 9788584190904
Editora: Tordesilhas
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Nome Original: O Pior Dia de Todos
Autor: Daniela Kopsh
País de Origem: Brasil
Número de Páginas: 264
Ano de Lançamento: 2019
ISBN-13: 9788584190904
Editora: Tordesilhas
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Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 62º livro lido em 2022 e foi O Pior Dia de Todos (Daniela Kopsh). Depois de listar alguns livros em que o plote principal era assassinatos dentro de escolas, recebi uma indicação deste livro pela Carol Vitti. O livro traz o mesmo tema, porém o massacre não é ficcional, aconteceu dentro do nosso país e ficou conhecido na época como o massacre de Realengo.
O massacre de Realengo aconteceu no dia 7 de Abril de 2011. Entre 8h e 8h30 da manhã, um homem com um plano de vingança entra na escola Tasso da Silveira portando duas armas e munição suficiente para matar mais de 100 pessoas. Ele invadiu as salas e começou a atirar, principalmente nas meninas, enquanto dizia como elas eram impuras e ruins. Em 15 minutos de ação, ele assassinou 12 adolescentes, 10 meninas e 2 meninos. Além dos doze mortos, 22 ficaram feridos. Quando cercado pela polícia, o atirador tirou a própria vida. Foi quase uma morte por minuto de ação.
Apesar de infelizmente esse crime ter acontecido na vida real, a escritora Daniela Kopsh escreveu um livro de ficção em que temos essa tragédia como pano de fundo.
O livro traz a história de Malu e Natália, duas primas que dividem toda a vida juntas, na rotina simples de um bairro periférico no Rio de Janeiro. Desde ir à escola até as crises conforme crescem. Ambas estudam na Tasso da Silveira e querem alcançar voos altos com os estudos.
Engana-se quem acha que o livro gira em torno do massacre. Sim, com certeza a tragédia é importante para a história, mas vai além disso. O Pior Dia de Todos conta sobre uma amizade que tem seus altos e baixos, sobre crescer e perceber as desigualdades raciais e econômicas. Demonstra as dificuldades de criar uma vida melhor para si desde muito jovem e o que Malu e Natália passam só por serem meninas.
Conta sobre o primeiro amor, as brigas entre amigos, vivências familiares, surpresas boas e ruins da vida, os sonhos e pesadelos das duas garotas.
O massacre aqui é de passagem, mas mesmo não sendo o foco, ainda é doloroso. A vida de quem ficou depois que doze vidas foram levadas naquele dia é a parte mais triste do livro. A autora trabalhou na cobertura da tragédia, essa parte é baseada em fatos reais, o que só deixa tudo mais estranho. Por exemplo, Malu precisa lidar com as redes de televisão querendo fazer ela chorar na entrevista, e no posfácio do livro descobrimos que isso realmente aconteceu com uma das sobreviventes.
O Pior Dia De Todos é um livro importante porque mostra realidades amargas, com partes doces. É a tristeza da não ficção com a liberdade de criar da ficção.
É uma leitura rápida, mas que faz refletir sobre muitas coisas, que doem e aliviam. Um livro sobre amizade em meio a tragédia.
Esta foi sem dúvida uma das melhores leituras que fiz esse ano e que me tocou profundamente pelo fato de que esquecemos nossas tragédias com uma facilidade impressionante. Eu mesma já não me lembrava deste massacre, mas com certeza a dor daqueles pais que tiveram a vida dos seus filhos abreviada com tanta violência dura até hoje.
Um livro intenso, bem escrito e muito importante para registrar nossa época marcada de extremos e violência.
Um pouco sobre a autora: A escritora e jornalista Daniela Kopsch nasceu em Piçarras, pequena cidade do litoral de Santa Catarina, em 1987, e morou por muitos anos no Rio de Janeiro, onde trabalhou como repórter e redatora para veículos como Canal Futura, Editora Abril e Huffington Post. Formada em Jornalismo pela PUC, em Curitiba, atualmente vive em Paris e especializou-se em Literatura na UFRJ. O pior dia de todos é o seu único livro publicado.