Racismo Estrutural (Silvio Almeida)

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Ficha Técnica:

Nome Original: Racismo Estrutural 
Autor: Silvio Almeida 
País de Origem: Brasil
Número de Páginas: 264
Ano de Lançamento: 2018
ISBN-13: 9788598349749
Editora: Polen
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Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 95° livro lido em 2021 e foi Racismo Estrutural (Silvio Almeida). Meu interesse pelo livro surgiu ao assistir uma entrevista do autor no canal da Gabriela Prioli, em que ele falava exatamente sobre o assunto tema do livro.

Silvio Almeida é um filósofo, jurista, professor e pesquisador. Por ser um homem de grande repertório e estudo, conseguiu condensar uma grande quantidade de referências bibliográficas de forma sintética e acessível neste livro sem, diminuir o grau de complexidade do assunto. Aliás, importante salientar que o livro funciona também como um guia e/ou fonte de pesquisas que visam se estender sobre o assunto – sendo que o próprio autor aborda brevemente este aspecto, buscando motivar mais pesquisas nas áreas de direito, economia, psicologia social, etc.

Publicado em 2018, o livro é de teoria social, como o próprio autor diz. Isso quer dizer que, para sua visão de mundo, a sociedade não pode ser entendida sem os conceitos de raça e racismo – e o estudo desses não podem ser desvinculados da teoria social.

Apesar de tratar do racismo, a tese principal do livro não é de qualquer dimensão dele, mas especificamente do racismo estrutural. O livro gira em torno da ideia de que o racismo é sempre estrutural, ou seja, é um elemento que integra a organização política e econômica da sociedade e que, mesmo se manifestando institucionalmente e interpessoalmente, tem suas raízes mais profundas na sociabilidade capitalista.

O livro começa definindo e contextualizando historicamente os conceitos de raça e racismo, estabelecendo alguns pressupostos para o tratamento do assunto e abordando, de forma rápida, as três dimensões do racismo (individual, institucional e estrutural), para depois tratar concretamente sobre o assunto. Ao chegar na parte estrutural, ele define os 4 pilares que se entremeiam para a reprodução do fenômeno: política, direito, economia e ideologia – envolvendo a criação de um imaginário social. De resto, a partir de uma metodologia de análise materialista e histórica – elemento importante para estabelecer a criticidade da análise – o livro será dividido em seções que cobrem a relação do racismo e esses 4 assuntos. Interessante notar que não apenas defende o tratamento do racismo como estrutural, mas também expõe – de forma introdutória – como outras visões tratam os assuntos, além de reconhecer certas limitações. O que não é uma novidade, pois o autor sempre reitera em suas entrevistas a importância de ler autores dos quais discorda, para assim elaborar uma crítica contundente e justa.

Como dito anteriormente, é um livro introdutório de teoria social, cumprindo sua função em argumentação e exposição de ideias. Atualmente, é fundamental ter uma visão ampla e procurar se radicalizar, isto é, procurar os problemas pela raiz. Além do termo andar se esvaziando em alguns lugares, sendo usado para amenizar atitudes racistas. Por isso, sua compreensão é fundamental, pois não é uma categoria que deixa imóvel, pois quando se compreende o todo, há um aumento na percepção de responsabilidade na luta antirracista e um maior desejo de mobilização coletiva na política para uma real mudança.

Foi uma leitura de aprendizado ímpar e que me despertou ainda mais a necessidade de ler e aprender mais sobre o tema e colocar na minha vida prática as atitudes antirracistas que a nossa sociedade tanto precisa.


Um pouco sobre o autor:
Silvio Luiz de Almeida é natural de São Paulo, capital. Jurista e filósofo, é doutor em filosofia e teoria geral do direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (Largo São Francisco). É professor das faculdades de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP) e da Universidade São Judas Tadeu (SP). Presidente do Instituto Luiz Gama. 

Seus livros publicados são:

    • O que é racismo estrutural?
    • Sartre: Direito e Política
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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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