Princesa do Papel (Erin Watt)

quarta-feira, 5 de maio de 2021

Ficha Técnica:

Nome Original: Paper Princess
Autora: Erin Watt
País de Origem: Estados Unidos
Tradução: 
Número de Páginas: 352
Ano de Lançamento: 2017
ISBN-13: 
Editora: Essência
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Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 28º livro lido em 2021 e foi Princesa do Papel (Erin Watt). Não sei exatamente como esse livro veio parar na minha lista de leituras, mas encarei. A autora Erin Watt é o pseudônimo das autoras Elle Kennedy e Jen Frederick. Com a Elle Kennedy não tenho a melhor experiência e nunca tinha lido nada da Jen Frederick, por isso não sei explicar porque esse livro me interessou.

O livro nos traz a Ella, uma jovem de 17 anos que vive sozinha depois que sua mãe morreu de câncer. As duas tiveram uma vida tumultuada porque a mãe de Ella nunca parava em emprego nenhum e em função dos namorados pouco sociáveis dela, as duas passearam pelo país em fugas e mudanças. Após a morte da mãe e com medo de ir para o sistema de adoção, ela começa a usar a identidade da mãe, arruma um emprego em uma casa noturna onde dança com trajes sumários para conseguir pagar o aluguel e se alimentar enquanto não começa a faculdade. Ella nunca soube quem é o seu pai, somente o nome, mas não acreditava na mãe. O livro começa com um homem bilionário, Callum Royal, chegando até o lugar de trabalho de Ella e dizendo que é seu tutor. O pai dela faleceu e ele tem a obrigação de levar Ella para cuidar de seus interesses. Ella não quer ir, mas ele faz uma proposta irrecusável: lhe dá casa, comida, roupa lavada e uma mesada polpuda até que ela vá para a faculdade e nesses termos, Ella aceita, mas ela não sabia que Callum tem mais 5 filhos, todos na adolescência, insuportáveis e que decidem fazer um inferno em sua vida.

O livro se desenvolverá em Ella conseguir sobreviver aos desmandos e tratamentos ofensivos desses jovens enquanto se adapta a uma vida que nunca imaginou viver. Um dos filhos de Callum, Reed, se interessa pela Ella, é recíproco e esse relacionamento é extremamente tóxico. Reed é um personagem desenvolvido para ser odiado e é do começo ao fim. Até quando ele começa a ceder e a ser um pouco humano, ainda nos dá motivos para desejarmos que ele morra. Reed e seus irmãos usam o passado de Ella para humilhá-la de formas muito violentas. Além de toda a exposição que Ella sofre, existem ofensas e agressões verbais que a própria personagem afirma nunca ter recebido mesmo trabalhando em clubes de strip. Ainda assim, Ella se apaixona por Reed e quer ficar com ele.

Princesa de Papel traz dois mundos: o da riqueza e fartura e o da miséria. A família Royal é a realeza da sociedade; eles são poderosos, invejados e cobiçados, portanto – e graças à sensação de poder que o dinheiro gera – não seguem regras e conquistam tudo o que desejam. A leitura mostra como a vida dessa família é guiada pela riqueza e pela existência desprovida de limites e, assim como Ella, adentramos em um mundo novo, estranho e extremamente sedutor. Já no mundo dela, existe a falta de dinheiro até para as necessidades básicas que colocam uma adolescente em uma vida de responsabilidades sérias, além do fato dela ser totalmente sozinha. Ella não fica deslumbrada com a nova vida, mas sabe que se aguentar a pressão, sua liberdade será mais fácil. 

Apesar de a autora abordar muito bem as inconstâncias de um mundo guiado pelo dinheiro e pelo poder criados por ele, existem fatos perigosos nessa história. Reed é um ser humano ridículo. Todos os homens da família Royal são intimidadores, seja por dinheiro ou pela beleza física. Eles usam o dinheiro e o charme nato que possuem para manipular as pessoas ao seu redor e, confesso ter ficado irritada em ver o amor surgir em uma relação completamente abusiva. Reed manipula, é grosso, trata Ella como um objeto e, mesmo diante desse tipo de comportamento, a jovem se apaixona por ele. Fora isso, também me incomodou encontrar sexismo, machismo, preconceito entre classes e, pior de tudo, um ato de vingança que esconde o perigo do abuso sexual no dia a dia dos jovens na leitura. Acho que a autora quis criar uma protagonista capaz de abalar a estrutura desses homens tão arrogantes e intocáveis e Ella faz isso. Porém, é perigoso mostrar que um romance que começa com um cara agredindo emocionalmente é normal ou que fazer vingança com as próprias mãos é mais gratificante do que dar queixa na polícia. Sei que estou sendo dura, mas temos que falar sobre esses assuntos e não romantizá-los. Eu sei separar realidade de fantasia, mas e quem não sabe? Quem acha que tudo isso é normal? Quem acha que a vida real é exatamente como a vida levada por Ella e pelos garotos da família Royal? Como disse, é um livro perigoso.

A leitura é cheia de cenas sensuais e isso atrai público, mas tem uma premissa questionável e se desenvolve sobre uma série de problemáticas que não precisam ser reproduzidas na literatura, ainda mais quando o livro tem leitores adolescentes como público-alvo.

Não gostei!


Um pouco sobre as autoras: 
Elle Kennedy
é canadense e cresceu nos subúrbios de Toronto, Ontário, mas formou-se nos Estados Unidos. Elle escreve suspenses românticos e romances eróticos contemporâneos. Ela adora heroínas fortes e heróis sexys. No Brasil, alguns dos seus livros publicados, são:
O Acordo
O Erro
O Jogo
A Conquista
The Chase
Princesa de Papel
Coroa Manchada
Reino em Pedaços

Jen Frederick
vive em Iowa com seu marido, sua filha e um cachorro. Alguns dos seus livros publicados no Brasil são:
Princesa de Papel
Coroa Manchada
Reino em Pedaços
Comentários
6 Comentários

6 comentários :

  1. Ja vi bastante pessoas falando bem desse livro, mas confesso que nao me chamou atenção e ao leu sua resenha, agradeço a Deus por não perceber que alguem não gostou hahaha...maaaas nao vou dizer que nunca vou ler, pq vai que aparece na minha frente. Mas gostei da sua sinceridade

    Brubs
    https://quemevcbrubs.blogspot.com/

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  2. Olá, tudo bem? Eu entendo todas as problemáticas do livro, mas não posso deixar de gostar, até porque adoro babado e confusão nos livros, desculpe hehehe Princesa de Papel me lembrou muito o estilo da série Gossip Girl, bem pegada socialite. Talvez por isso não estranhei, ou levei como algo real. Ótima e sincera resenha. É sempre ver os dois lados de perspectiva sobre um livro.
    Beijos

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  3. Oii Ivi, tudo bom?
    Confesso que quando você começou a falar do relacionamento tóxico eu já não tive vontade de ler, mas depois de saber dessas cenas sensuais que começam em meio a uma problemática, bem, não me animaria a ler este livro. Gostei muito da forma como apontou os pontos positivos e negativos do livro.
    Beijos!

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  4. Oi Ivi,
    Li esse livro alguns anos atrás e amei cada pedacinho dele, acredita? Não resenhei na época e decidi relê-lo pra poder escrever um texto melhor embasado, e sinceramente não sei quem eu era alguns anos atrás, porque essa releitura me incomodou tanto que está lá empacada a meses, não consegui finalizar e não tô suportando ler nem um parágrafo por vez. Eu nem consigo acreditar que fui fisgada por essa história em algum momento, porque hoje eu já sinto ranço.

    Nosso Mundo Literário

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  5. Oi, Ivi! Tudo bem?
    Eu comecei a ler esse livro há algum tempo e estava até interessada, mas parei antes mesmo do Reed aparecer justamente porque me contaram sobre as atitudes dele. Aí fui pesquisar mais e vi o quanto os relacionamentos nessa série são problemáticos e desisti de continuar a leitura. É o tipo de coisa que não consigo aceitar, porque romantiza e trata como normal comportamentos que não deveriam ser aceitos.
    Adorei a sinceridade da sua resenha e acho que você levantou questões muito importantes.
    Beijos

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  6. Oi Ivi, tudo bem ?
    Eu li esse livro algum tempo atrás. Eu concordo com você em relação ao público, eu acredito que este livro, embora tenha adolescentes na trama, é um conteúdo totalmente adulto, mas embora seja um livro problemático e com gatilhos, eu gostei da forma com a qual a trama foi desenvolvida. Não achei que ela romantiza ou normaliza os dramas todos da família, ela aponta todos os problemas e do quanto todos os envolvidos ali gritam e precisam de ajuda.
    Adorei a sinceridade da sua resenha, pq a literatura é isso mesmo, nem tudo cabe pra todos.
    Eu li os 3 primeiros livros dessa série se não me engano e não acabei, nem sei se irei um dia.
    Beijos

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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