Séries do Meu Coração #23 Rita

quinta-feira, 11 de outubro de 2018


Oi gente que ama livros, hoje venho com mais um post da coluna Séries do Meu Coração e compartilharei com vocês o meu amor por mais uma série apaixonante.

A série do mês é Rita.

Rita é uma série de TV dinamarquesa de comédia dramática. Ela estreou em fevereiro de 2012 e tem quatro temporadas.

A série gira em torno de Rita Madsen, uma mãe solteira, professora obstinada e nada convencional. Depois de assistir Merlí e ter simplesmente adorado, procurei outras séries que tivessem professores como protagonistas e me indicaram essa série.


Meu encantamento com este seriado também foi maravilhoso e o que mais eu gostei neste enredo é a veracidade nas relações humanas que se estabelecem no roteiro. A maioria das obras televisivas ou cinematográficas que retratam o cotidiano escolar sempre recai na falta de verossimilhança e isso não acontece no caso de Rita.

A maioria mostra uma escola idealizada e fantasiosa demais, onde todos os alunos são excelentes, comportados e fazem projetos de ciências de fazer inveja aos cientistas da Nasa. Ou caem no estereótipo clichê da escola onde os alunos são monstros sádicos e destruidores, que precisam do toque mágico de algum professor que os transforme em seres humanos.  Trazendo um olhar frio e cínico sobre este universo, a série dinamarquesa Rita é um diferencial interessante.

O foco da trama é a vida pessoal e profissional da protagonista, uma professora desbocada e politicamente incorreta, com três filhos bem pouco tradicionais: a disléxica Molly, o desajustado Ricco e o adolescente se descobrindo homossexual Jeppe.


O ambiente escolar é uma verdadeira comédia, com figuras tragicômicas como a professora Hjørdis, que realmente acredita no que faz e com seu jeito atrapalhado e ingênuo acaba sendo o contraponto de Rita e o diretor Rasmus, certinho demais para estar na órbita da força incontrolável que a protagonista pode ser.

As temporadas com 8 episódios cada, não buscam grandes histórias polêmicas e segredos mirabolantes para segurar o espectador. Ela é uma comédia de cotidiano: os encontros e desencontros de Rita e as pessoas com que ela convive, seja em casa ou no trabalho.

A polêmica acontece e alguns mais conservadores podem ver isso como um “mau exemplo”, mas ao mostrar temas considerados tabus, a série simplesmente desconstrói algumas questões. O principal ponto polêmico da série vem exatamente da intensa vida sexual da protagonista, mais por ela ser mulher do que é realmente mostrado. Muitas outras produções colocam personagens masculinos fazendo a mesma coisa e são louvadas exatamente por isso.

Um dos pontos mais bem explorados é a interação de Rita e dos demais professores com os alunos. Nenhum aluno é mostrado como um estereótipo ambulante. Claro que os tipos básicos estão lá: o atleta, a popular, os excluídos. Mas, até por não ter a carga cultural americana, você não tem a figura de um looser, nem o aluno “popular e babaca” e que é babaca o tempo todo. São retratados adolescentes e crianças normais, capazes de atitudes cruéis uns com os outros e com os professores, mas não os gênios do crime que algumas séries e filmes querem mostrar.


Os professores também estão calcados na realidade. Na escola de Rita, não existe nenhuma “professora Helena”, que transforma a vida dos alunos, nem aquele professor que vem com um método inovador e descolado e conquista a todos.

Eles são seres humanos, capazes de erros e acertos, que podem tomar atitudes moralmente repreensíveis, mas que cada espectador entende o porquê. Eles reclamam dos alunos, tomam decisões vingativas, possuem os seus favoritos, mas também fazem muitas coisas fora do padrão para defender seus alunos.

E para dar um “tapinha” no complexo de inferioridade que muitos brasileiros possuem, a série mostra como as escolas enfrentam seus problemas financeiros, descaso pelas autoridades e até a omissão dos problemas reais da escola para reeleger políticos corruptos também na desenvolvida Dinamarca.

Uma série bem interessante para fugir do lugar comum e de quebra conhecer uma cultura interessante e diferente da nossa, mas que por ser tão pessoal, é muito próxima.

Eu não consegui assistir com o áudio original em dinamarquês, mas há a versão dublada e eu não tive problema nenhum com isso. Vale a pena maratonar porque a série é excelente.

Assista o trailer:

Comentários
5 Comentários

5 comentários :

  1. Oi tudo bem?
    Também sou uma grande fã de séries dinamarquesas, principalmente da série skam, na qual eu amo de paixão.
    Ainda não conhecia essa série Rita, mas fiquei bem interessada, obrigada pela dica

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  2. Oi, Ivi!
    Gente, acho que nunca vi uma série dinamarquesa. Achei tudo! Anotei a dica.
    Beijos
    Balaio de Babados

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  3. Oi Ivi tudo bem? Ainda não assisti essa série e me parece muito boa, gosto muito de assistir esse tipo de drama tanto familiar ou por ela ser professora, tem muitas lições a nos dar. Obrigado pela dica vou procurar, parabéns pelo post, bjs!

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  4. Olá!
    Gosto da ambientação que a série traz. Escolas, universidades, sempre me chamam atenção. Não sabia que existia essa série, mas confesso que fiquei curiosa para conhecer mais da personagem, apesar de não ter achado ela tão diferente assim.
    Beijos!

    Camila de Moraes

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  5. Olá Ivi!!!
    Gostei da ideia da série "Rita", pois como você disse quebra o estereótipo que se faz de toda produção que se passa dentro do ambiente escolar.
    É interessante que essas séries que você apontou que traz nesse ambiente pega os professores como protagonista, mas não coloca ele como um redentor acerca dos seus alunos e sim mostra problemas que todas as pessoas passam.
    Adorei!!!

    lereliterario.blogspot.com

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Ivi Campos

48 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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