Nome Original: Apague a Luz se For Chorar
Autora: Fabiane Guimarães
País de Origem: Brasil
Número de Páginas: 176
Ano de Lançamento: 2021
ISBN-13: 9788556521033
Editora: Alfaguara
Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 80º livro lido me 2021 e foi Apague a Luz se For Chorar (Fabiane Guimarães). Vi a Pollyana do Entre Livros e Personagens falando bem deste livro, passei a querer ler e ganhei o exemplar da própria Pollyana, o que foi um mega incentivo para que ele furasse a fila de leituras.
O livro nos traz dois personagens: Cecília, que retorna a sua pequena cidade em razão do falecimento de seus pais, e João, um pai solo que tem um filho com paralisia cerebral. Com capítulos alternados entre os dois, conhecemos a jornada de duas pessoas muito críveis, tão humanos que nos identificamos até mais do que gostaríamos.
A narrativa da autora nos faz devorar o livro, li em dois dias e não conseguia largá-lo. O falecimento de um casal de senhores no interior de Goiás parece não nos apresentar nenhum mistério ou problemática, entretanto, a escrita da autora com o contato que temos com os pensamentos de Cecília nos faz questionar sobre as mortes, transformando o romance também em uma investigação, em que ficava coletando peças que a autora nos apresentava a cada capítulo.
A história de Cecília mescla diversas questões: do luto a reflexões sobre o que é certo e errado, discussões morais que nos deixam questionando tudo que considerávamos óbvio e verdades universais até os últimos capítulos. Além disso, o que mais gostei nos capítulos de Cecília é o processo de humanização de seus pais. Após o falecimento deles, Cecília começa a relembrar sua vida com os dois, até para desvendar o mistério de que – segundo Cecília – aquelas mortes não foram naturais. Estamos acostumados com pais dicotômicos na ficção: pais perfeitos, parceiros, ou pais problemáticos que trazem apenas sofrimento e muitas vezes esquecemos que antes de serem pais, eles são humanos. A autora consegue trazer bem a desromantização do filho em relação a quem são seus pais. Quem achava ser perfeito, sem falhas, no fim do dia é apenas uma pessoa com sentimentos, desejos e convicções como qualquer outra pessoa.
Já a história de João, desesperado por dinheiro para levar seu filho para um tratamento no exterior, é o contrário da narrativa de Cecília, pois enquanto ela precisa entender seus pais como indivíduos, João está na posição de pai. Ele se mostra disposto a fazer de tudo por seu filho e seu bem-estar, enquanto também nos mostra lados não muito bonitos e românticos de um pai. João foi um personagem por quem enfrentei uma montanha russa: em alguns momentos queria abraçá-lo e em outros, queria gritar com ele. Admito que os momentos de gritar foram mais fortes, mas isso se dá exatamente porque João é tão humano e a autora o desenvolve de forma que ainda que o critiquemos, entendemos suas motivações.
Logo, as duas histórias se entrelaçam aos poucos, até percebermos ser tarde demais.
Um livro sensacional, com uma conclusão inesperada. A autora soube bem guiar os leitores para onde quis e para mim, foi uma surpresa muito bem-vinda.
Gostei demais!!!
Um pouco sobre a autora: Fabiane Guimarães nasceu no interior de Goiás, em 1991, onde cresceu e começou a escrever ainda criança. Jornalista formada pela Universidade de Brasília (UnB), é autora da novela seriada “Pequenas Esposas”, publicada pela revista digital AzMina, além de diversos contos em antologias e revistas semanais. Apague a luz se for chorar é seu primeiro romance.
Seus livros publicados são:
- Apague a Luz se For Chorar
- A Tristeza dos Outros