AS CINCO PESSOAS QUE VOCÊ ENCONTRA NO CÈU (Mitch Albom)

terça-feira, 10 de junho de 2014


Tive curiosidade de ler esse livro porque ele me foi muito bem recomendado, me falaram se tratar de uma história que poderia mudar nossa forma de pensar na vida, levando em conta pequenos detalhes que mais tarde poderiam ser muito importantes por mais que no momento parecesse insignificante. Livros de autoajuda nunca me interessaram, mas fiquei curiosa mais por causa da empolgação em defender o livro de quem me indicou.

O livro se trata de uma fábula na verdade, não chega a ser um livro de autoajuda, mas realmente ele nos faz pensar. Difícil falar da história desse livro e de como aceitar e passar adiante a premissa do livro, de que a vida de um homem de 83 anos, que ele mesmo dizia ser insignificante e enfadonha, poderia modificar o modo de pensar e, quem sabe, de agir dos leitores desse livro? Talvez nem modifique a forma de agir, mas muito provavelmente, a forma de pensar na vida se modifique um pouco. O livro mostra que muitas pessoas passam por nossa vida, as vezes de uma forma que nem damos muita atenção mas que cada uma dessas pessoas deixa algo ou contribuem de alguma forma no nosso caminho por esse mundo.

Como já adiantei o livro nos conta a história de Eddie, um veterano de guerra que aos 83 anos segue vivendo uma vida sem expectativas, preso a um emprego de mecânico de brinquedos em um parque de diversões a beira mar. O mesmo emprego de seu pai, mesmo emprego que ele dizia que nunca iria seguir e que acabou aceitando e levando por toda sua vida após o retorno da guerra.

O interessante do livro é que ele começa pelo fim. Primeiro capítulo, título: FIM. Nos mostra seus últimos cinquenta minutos na terra, ele morrendo sob o sol no parque de diversões em que passou a maior parte de sua vida. É um pouco angustiante acompanharmos seus últimos passos detalhadamente escritos pelo autor.
“Com cinquenta minutos ainda por viver na terra, Eddie começou sua última caminhada pelo Ruby Pier. Passou por um casal de velhos. – Olá, pessoal. – murmurou, tocando no boné. Educadamente, eles responderam com um movimento de cabeça. Os fregueses conheciam Eddie. Pelo menos os frequentadores. Verão após verão, eles o viam ali, era uma dessas caras que a gente associa a um lugar. ” (Pág. 8)
E o autor segue fazendo com que fiquemos ansiosos, querendo avisar a Eddie que seus minutos estão terminando, para não fazer isso ou aquilo porque tal ato vai determinar sua vida.
“Quarenta minutos para a sua morte. Eddie caminhou até a frente da fila da montanha-russa. “ (Pág. 9)
Antes mesmo de começar a leitura já sabemos: Eddie vai morrer. E ele morre tentando salvar uma menininha em um acidente em um dos brinquedos do parque, mas foi angustiante essa contagem, assim como de certa forma foi toda a leitura do livro.

Ficamos imaginando quem Eddie vai encontrar no céu e esperamos que seja pessoas significativas em sua vida, pessoas que ele amou e que o estará esperando para um reencontro. Mas não, não é isso que o autor sugere. Pessoas que ele amou, talvez sim, mas também pessoas que aparentemente não tiveram importância ou que ele nem se lembrava mais. E porque essas pessoas o estavam esperando? Bom, essa é a história do livro. Essas pessoas vão mostrar a Eddie que sua vida não foi insignificante como ele sempre acreditou ter sido e vão mostrar em que ele influenciou em suas vidas. No fim o autor faz com que tenhamos inveja de Eddie e de sua vida sem atrativos. E sentimos por ele, pensamos com ele e ficamos felizes por ele.

E o livro nos mostra que a vida é vista de maneiras diferentes por pessoas que vivem em lugares diferentes, e, até em um mesmo ambiente.

Acredito que o livro vai tocar cada leitor também de uma forma diferente, mas com certeza ele não vai passar despercebido. A história vai acrescentar algo e fazer pensar, e não importa sua crença, se acredita ou não que exista vida após a morte, se existe céu ou o que seja. Não se prenda a isso e leia o livro sem preconceitos porque o que o autor quer nos passar não é uma religião, mas sim fazer com que cada um dê um valor para tudo que acontece e para as pessoas que cruzam seu caminho.
“Nenhuma história existe isoladamente. As histórias às vezes se justapõem como azulejos numa parede, às vezes se superpõem umas às outras como pedras no leito de um rio. “ (Pág. 15)


Um pouco sobre o sobre o autor: Mitch Albom é um dos jornalistas esportivos mais premiados dos EUA. Ele trabalha como colunista de jornal e apresentador de rádio e televisão. É também roteirista, músico e colaborador de várias instituições de caridade. Seus livros publicados no Brasil são:
  • As Cinco Pessoas Que Você Encontra No Céu
  • Por Um Dia
  • A Última Lição
  • Tenha Um Pouco De Fé


Comentários
9 Comentários

9 comentários :

  1. Li os livros Por um dia e A última lição do autor e simplesmente amei, e esse não parece diferente, já pela resenha fiquei maravilhada com o livro, já tenho ele há algum tempo e ainda não li, mas vou passar na frente de outros com certeza.
    Bjs

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    1. Não deixe de ler, Vanessa. A leitura é rápida pq a escrita do autor é simples, mesmo parando para pensar em algumas passagens.
      Boa leitura!
      Bjs

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  2. Oiiiiiii...
    Não é o tipo de leitura que estou acostumada,
    ela foge da minha zona de conforto,
    mas parece bem interessante!

    Beijinhos
    Sou eu... Pri!

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  3. Super interessante!!!

    Qndo você disse que começa do fim, achei que seria estilo "Memórias Póstumas de Brás Cubas" que no caso começa contando como ele morreu e tals, e depoois vem falar de como era a vida dele.
    O luvro da resenha me deixou intrigada, mesmo você dizendo não ser um livro de alta ajuda, te faz pensar... As vezes livros assim me deixam aflita e muitas vezes de ressaca, fazendo com que eu nao pegue mais livro algum para ler por um tempo, pois ainda estava garrada na lógica do outro.

    Bjs

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  4. '0' nunca vi livro algum assim, que conte a história meio que após a pessoa morrer .o.
    Se nao me engano ja vi um filme que tem meio que essa cousa toda da pessoa ver depois que fez muita diferença e tal mesmo achando que era insignificante..

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  5. A história me parece super interessante, apesar de ser um pouco fora dos estilos que leio.
    Mas nao tinha visto algo do tipo, contando oque acontece após a pessoa morrer.

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  6. Um gênero que eu não leio é autoajuda, mas pelo que você falou esse não é.
    Mas já começa com ele morrendo O_o Deve ser muito angustiante mesmo.
    Tantas pessoas vem e vão das nossas vidas e realmente não prestamos atenção nas lições que aprendemos, no que significaram para o amadurecimento e na personalidade, apenas vimos os pontos ruins.
    Gosto de histórias que me fazem refletir, mas confesso que ando fugindo dessa angustia que o livro mostrou ser.

    bjs

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  7. Não é um gênero que me agrada muito, mas a resenha me fez ter vontade de ler.
    Realmente parece ter um tom que te deixa pensando no fim... E nunca tinha visto algo do tipo, onde começa com a pessoa morrendo e depois vem contando a diferença que ela fez na vida das pessoas.

    XOXO

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  8. Talvez eu até leria o livro.Mas não seria uma prioridade. Apesar,que é sempre bom experimentar o que habitualmente não estamos acostumados a ler.

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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