AMOR É PROSA, SEXO É POESIA (Arnaldo Jabor)

sexta-feira, 2 de maio de 2014


Olá crianças…. todos nós já lemos um texto do Arnaldo Jabor, né? Ou algum texto atribuído a ele na rede. O livro que trago hoje é uma coletânea de crônicas afetivas, chamado de AMOR É PROSA, SEXO É POESIA. Eu li a obra com o coração na mão a maior parte do tempo, pela delicadeza e simplicidade das coisas do dia a dia. Algumas crônicas são sobre família, o avô, o pai, a mãe; outras são sobre política e revolta de quem sofreu com a ditadura; outras sobre sexo e as experiências que ele teve ao longo da vida; também sobre situações que pipocavam na mídia: a fama instantânea de um, a Playboy de outras, os conceitos de sexualidade imposto; coisas que atingem a todos.
São 36 crônicas que foram publicadas ao longo dos anos, então, vou fazer um resumo das que eu mais gostei.
Começo com a primeira, "Um rosto inesquecível", no qual ele conta um episódio vivido quando ele tinha apenas 6 anos, na escola, no primeiro dia de aula. Jabor nos conta sua primeira sensação sexual ao ver uma menina de tranças correr em sua direção atrás de uma bola e depois voltar a jogar com as outras crianças, mas naqueles segundos de olhar trocado, percebeu sua vida mudando e sabendo que para ter mulheres perto de si que ele viveria.
“Senti que eu fazia parte de um magnetismo da natureza que me envolvia, que envolvia a menina, que alguma coisa vibrava entre nós e senti que eu tinha um destino ligado àquele tipo de ser, gente que usava trança, que ria com dentes brancos e lábios vermelhos, que era diferente de mim, e entendi vagamente, que, sem aquela diferença, eu não me completaria’ (pg 10/11)
Outra crônica que me tocou foi "Meu avô foi um belo retrato do malandro carioca", o qual, obviamente, fala sobre o avô de Jabor. No texto vemos um homem livre, vindo de uma época da história brasileira em que não se tinha muitas leis, lá pelos anos 40, bem carioca, que vivia na Lapa, boêmio, e levava o neto para conhecer a vida e conforme ele foi crescendo dava as dicas sobre os fatos da vida que os pais nunca dariam.
“Meu avô não era ninguém. Mas nunca houve ninguém como ele.” (pg 25)
Pra finalizar, a crônica O grande sucesso do herói sem coração, que fala sobre o crime de Suzane Louise von Richthofen e os irmãos Cravinho. É um dos desabafos sobre a violência e sobre como as pessoas e a mídia tratam o assunto, escrito em primeira pessoa como se fosse o desabafo de um dos irmãos, mostrando a frieza e a facilidade com a qual eles cometeram o assassinato.
“A chave da vida nova já está aqui na minha mão: esta barra de ferro que mata em silêncio, enquanto subo a escada, na maior adrenalina, com meu irmão atrás de mim, feito ninja de máscara negra, agora que vamos abrir o quarto e começar a festa.” (pg 152/153)
Os textos foram escritos de 20 a 10 anos atrás e parece que o tempo não passou, ou na verdade o tempo não mudou nada. Ainda que não concorde com tudo que o Jabor fala ou escreva, considero ele um filósofo moderno, que traz a tona nosso pior lado, e ás vezes o melhor de nós.


Um pouco sobre o autor: Arnaldo Jabor – Nascido aos 12 de dezembro de 1940 é um cineasta, crítico e escritor brasileiro. A partir dos anos 90 retomou sua carreira de jornalista, onde ainda hoje é comentarista de diversos jornais. Também tem vários livros publicados, sem perder o seu característico humor ácido, nem o tom crítico.Seus livros publicados são: 
  • Os Canibais Estão Na Sala De Jantar
  • Sanduíches de Realidade 
  • A Invasão das Salsichas Gigantes 
  • Amor É Prosa, Sexo É Poesia 
  • Pornopolítica
  • Eu Sei Que Vou Te Amar

Comentários
8 Comentários

8 comentários :

  1. Gosto muito dos escritos dele, acho-o realmente um cara muito inteligente na maioria das vezes. Às vezes fala umas besteiras tremendas, mas o que escreve é realmente inspirador. Não sei se leria uma coletânea de crônicas, mas o livro parece interessante... Quem sabe um dia... rsrs

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Adoro cronicas! Com certeza vou procurar esse livro para ler. Dica muito boa!
    Gostei do blog, abraços!
    Lu,
    http://euqueleio.com.br/

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  4. Não conhecia o livro, já li alguns textos do autor, adoraria ler outros; ótimo o seu post!

    Estou seguindo seu blog, adoraria receber sua visita: petalasdeliberdade.blogspot.com .

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  5. Ja ouvi falar do livro, mesmo por serem contos que podem de envolver e chamar atenção não me agradam muito, por nao ser meu gênero preferido. Mas gostei dos comentário, e me interessei pelos contos q você citou, principalmente o da infância dele onde ele vê a menina de tranças :) (Obs:adorei o quote)..
    Bjs.

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  6. Nai curto muito livros que tenham contos... mas ja li muito hauahuahau...
    Parece ser legal pelo fato de ele retratar alguns pontos de sua vida.

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  7. Adorei os quotes, me deixaram com vontade de saber mais sobre os contos, apesar de não ser nem de longe um dos meus gêneros favoritos. Mas não devo me fechar para novidades, então se tiver um oportunidade vou lê-lo sim, com certeza.

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  8. Gostei bastante do conteúdo, mas realmente não faz muito meu estilo.
    Então não leria =( Mas para quem curte o gênero, boa dica.

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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