O ano de 2020 não foi fácil para ninguém e acho que demoraremos muito para superar todas as coisas negativas que aconteceram neste ano catastrófico, mas quero destacar algumas coisas que deixaram meu 2020 menos ruim.
Melhor Momento: O dia do aniversário do meu filho é e sempre será o dia mais importante do ano para mim e em 2020 o passamos no meio da pandemia, época em que estávamos iludidos, achando que todos realmente estavam dentro de casa. No mês de maio, o comércio estava fechado e uma série de restrições estavam sendo levadas a sério, mas ainda assim, consegui encomendar um bolo e cantar parabéns para ele com minhas sobrinhas e minha mãe. Apesar de simples, foi uma noite divertida.
Melhor Viagem: Eu achei que não conseguiria sair de São Paulo em 2020, mas consegui. Os últimos 10 dias do ano foram passados no Rio de Janeiro, meu lugar favorito do mundo e mesmo com as restrições da pandemia, conseguimos aproveitar um pouquinho.
Melhor Leitura: Uma Vida Pequena (Hanya Yanagihara) foi uma bola de canhão no meio do meu peito. Sempre me afastei deste livro porque não aguento essa capa horrível, mas dei uma chance e a leitura foi avassaladora. O livro nos traz Jude, Willen, Malcom e JB que se conheceram na faculdade e se tornaram bons amigos. O livro começa quando eles precisam encontrar um novo apartamento barato para morar, não podem se dar ao luxo de gastarem muito pois estão começando a vida profissional e encontram um imóvel que se encaixa nesse requisito na rua Lispenard em Nova York. A partir deste momento em que conhecemos a interação inicial entre os quatro jovens entendemos quem é quem. O livro traz uma história intensa e muito cruel sobre abandono e violência. Temos a descrição gráfica de abuso infantil, pedofilia, espancamento, estupro, suicídio e muitas, muitas cenas de automutilação. A leitura é difícil e sofrida, mas por mais complexa que seja, eu não conseguia ficar longe do livro, o devorei mesmo sendo imenso e passei as últimas 80 páginas chorando sem parar. Não é um livro para todo mundo, essa é a única certeza que tenho, mas a experiência de leitura foi tão visceral e forte que procurei pessoas que o tivessem lido nas redes sociais para conversar sobre ele e assim descobri o quanto o livro é extremamente popular fora do Brasil. Existem contas no Instagram dedicadas ao livro e o endereço na rua Lispenard se tornou um ponto turístico em função desta história. Camisetas, bonés, bolsas e uma infinidade de objetos levam a estampa do nome dos personagens e diversas pessoas tatuaram frases do livro em uma homenagem direta, o que prova que muitos se afeiçoaram ao enredo como eu e também desejaram que cada um dos personagens tivesse o seu final feliz.
Melhor Série: Ainda não sei porque não estão falando sem parar desta série, mas não tenho dúvida que é uma das melhores coisas que eu vi em 2020: I May Destroy You. Londrina de 32 anos, filha de ganeses, a diretora, roteirista e produtora da série, Michaela Coel, cria para si a figura de Arabella, uma escritora que debutou com um livro baseado em tuítes e agora precisa entregar o temido segundo romance para uma grande editora de Londres. Com o prazo se esgotando, ela pretendia passar a noite na editora para finalizar o livro, mas recebe um convite de um amigo para sair para beber, reencontra amigos e termina em uma noite de farra. Ela acorda em um bairro longe de onde estava e não se lembra de muitas coisas da noite anterior, mas flashes de memória deixam claro que Arabella foi estuprada. A série se baseia no processo de cura dessa experiência, ao mesmo tempo em que Arabella se descobre pessoal e profissionalmente, tanto na relação com a família imigrante quanto nas trocas com amigos e parceiros sexuais, numa das cidades mais cosmopolitas do mundo.
Melhor Filme: Adoráveis Mulheres. As irmãs Jo, Beth, Meg e Amy amadurecem na virada da adolescência para a vida adulta enquanto os Estados Unidos atravessam a Guerra Civil. Com personalidades completamente diferentes, elas enfrentam os desafios de crescer unidas pelo amor que nutrem umas pelas outras. Ao contar a história do amadurecimento do quarteto de irmãs e suas aventuras em uma época de escolhas restritas e constantes mudanças, o filme alterna entre o passado e o presente de suas vidas, explorando as diferentes facetas de cada uma delas, praticamente se aprofundando em cada um dos aspectos que formam a experiência feminina e humana. A produção poderia ser atribuída a nossa era de remakes e ascensão de histórias da perspectiva feminina, mas isto seria reduzir a importância do trabalho realizado pela direção. Gretta Gerwig retorna testando a imortalidade de temas da obra de mais de 150 anos de idade com um êxito admirável. Ela não apenas dá nova vida às icônicas Irmãs March, como identifica o melhor modo de adaptar uma obra literária, inovando o simples ato de contar uma história.
Melhor Música: Podemos dizer com segurança que a arte salvou o nosso 2020 do caos total e em função da pandemia, muitos artistas lançaram músicas maravilhosas para nos acalentar nos dias de distanciamento social. Uma dessas, a mais bonita na minha opinião, veio na voz do lindo Luis Fonsi, com Girasoles. Ouçam e se apaixonem:
Esses foram os meus destaques em 2020 e meu único desejo para 2021 é que ele nos traga a vacina, mas se trouxer também um impeachment do atual presidente da república, não vou reclamar.
Torcendo para que o ano de vocês também seja com esperança.
Beijos
Oi Ivi! Ano passado foi complicado mesmo, e fico feliz em saber que apesar disso vocês aí conseguiram aproveitar alguns momentos.
ResponderExcluirBeijos
Quanto Mais Livros Melhor
2020 foi um ano tão difícil e foi acalentador ver que conseguiu reunir um pouquinho que seja no aniversário do filho e conseguiu viajar no final do ano. Gostei muito também de saber mais sobre seu ano, a música do Luís é linda! Para esse ano meus maiores desejos são dois, e são iguais aos seus. Obrigada por compartilhar! bjs
ResponderExcluirOlá Ivi,
ResponderExcluiro que salva 2020 são justamente as boas memórias que conseguimos cativar em meio ao caos. Filho é algo que pulsa forte em nós, não é mesmo? Tem como não amar tudo que está ligado a vida de um filho? Parabéns pelo seu imenso tesouro. Ainda não tinha lido nada sobre "Uma vida pequena" e concordo plenamente com você, a capa é horrível rs, mas a história parece ser realmente impressionante, fiquei legitimamente interessada em fazer essa leitura.
Abraços!
Nosso Mundo Literário