Grandes Esperanças (Charles Dickens)

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Ficha Técnica:
Nome Original: Great Expectations
Autor: Charles Dickens
País de Origem: Inglaterra
Tradução: Paulo Henrique Britto
Número de Páginas: 517
Ano de Lançamento: 1861
ISBN-13: 9788572326414
Editora: Círculo do Livro

Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 68º livro lido em 2020 e foi Grandes Esperanças (Charles Dickens). Depois da excelente experiência com David Copperfield no início do ano, eu não poderia esperar mais para ler outra obra do autor e minha escolha foi este livro que já estava na minha estante há mais de 10 anos.

O livro nos traz o Pip, um menino que começa sua narrativa em um cemitério, dialogando com o túmulo dos pais e ainda que muito novo, pensando na ida. Neste dia, Pip é surpreendido por um prisioneiro foragido que exige que ele arrume um meio para conseguir cortar as correntes que ainda carrega. Com muito medo, Pip ajuda o fugitivo, ainda que saiba que aquilo é errado. 


Pip mora com sua irmã que o educa com violência e tem um laço de carinho maior com o cunhado Joe, um homem muito simples e humilde, que cuida de Pip com amor. Um dia, Pip recebe um convite para visitar uma mulher muito rica, que vivia reclusa em sua mansão com sua filha adotiva, Estela. Esta mulher carrega por anos um ressentimento imenso pelo homem que a abandonou no altar no dia do casamento deles e ainda mantém a mesa de comidas da festa intocável, ainda que tudo esteja apodrecido, como uma metáfora perfeita para os próprios sentimentos. A função de Pip naquela casa é fazer companhia para Estela e apesar de novo, ele se encanta totalmente pela menina, sem saber que tudo aquilo fazia parte de um plano da dona da mansão. Ao começar a conviver com aquelas pessoas em uma casa tão grande e abastada, Pip começa a traçar um paralelo com suas próprias condições de vida e sua ingenuidade e inocência começam a enfraquecer. A partir disso, temos uma jornada que incluirá um padrinho misterioso que adota Pip e promete sustentá-lo até a maturidade com a única condição de não revelar quem ele é.

Quando comecei a leitura, eu esperava duas coisas: que o livro fosse parecido com David Copperfield pela sensação de conforto em ler uma história parecida com a que me agradou antes e também esperava que fosse algo completamente diferente para que eu pudesse experimentar a versatilidade do autor e declaro que encontrei as duas coisas nessa narrativa.


A escrita de Dickens é envolvente e fluida. Mesmo sendo um clássico aclamadíssimo, lemos sua prosa sem a menor dificuldade e isso traz uma experiência de leitura extremamente imersiva, algo qu acredito que deva existir em todas as suas obras. Porém, nosso protagonista Pip não é parecido com David Copperfield: temos um menino que começa a alimentar ambições e a cada dia se torna menos digno de confiança e respeito. Mesmo sendo um personagem reprovável em muitos aspectos, é impossível se distanciar de sua história ou torcer por ele.

O grande trunfo do livro não é exatamente despertar nossa curiosidade para descobrir quem é o “padrinho mágico” de Pip, mas a construção dos personagens. Temos um desenvolvimento muito humano de cada integrante ativo desta trama, a começar por Pip, que conhecemos ainda criança e acompanhamos seu crescimento, erros e acertos, alegrias e arrependimentos. A perfeição com que o autor criou seu protagonista é tanta que em todo momento entendemos por que Pip age daquela forma. Os demais personagens também se mostraram bem construídos e é interessante notar que nem mesmo os coadjuvantes estão ali somente para fazer figuração, mas para desenvolver um papel específico na trama.

Grandes Esperanças trata de temas universais como amor, desilusão, esperança, culpa, amizade e ambição. Temas que fazem parte da vida de todo ser humano, por isso, apesar de ser complicado classificar o livro em determinado gênero, é fácil entender por que a obra transcendeu ao tempo e ao espaço, encantando leitores de todos os cantos do mundo há mais de cento e cinquenta anos. 

Eu amei!!!


Um pouco sobre o autor: Charles John Huffam Dickens foi o mais popular dos romancistas da era vitoriana e contribuiu para a introdução da crítica social na literatura de ficção inglesa. A fama dos seus romances e contos pode ser comprovada pelo fato de todos os seus livros continuarem a ser editados. Dickens era filho de John Dickens e de Elizabeth Barrow. Educado por sua mãe, tomou gosto pelos livros. Durante três anos frequentou uma escola particular. Contudo, o pai foi preso por dívidas e, ainda adolescente, Dickens teve que trabalhar em uma fábrica que produzia graxa para sapatos. Alguns anos depois, a situação financeira da família melhorou, graças a uma herança recebida pelo pai. Mas sua mãe não permitiu que ele saísse logo da fábrica, o que fez com que Dickens não a perdoasse por isso. As más condições de trabalho da classe operária tornar-se-iam um dos temas recorrentes da sua obra.
Alguns de seus livros publicados são: 
    • Oliver Twist
    • David Copperfield
    • Grandes Esperanças
    • Um conto de natal
    • As aventuras do Sr. Pickwick
    • Vento noturno
Comentários
6 Comentários

6 comentários :

  1. Oi, Ivi!

    Nunca li nada do Charles Dickens, acredita? E como tô ainda na vibe de ler clássicos, acho que seria bom ler um livro dele. Haha
    Eu adoro histórias que você acompanha o crescimento da personagem. Acho muito importante, porque você se envolve muito mais com a história e pelo que disse, vejo que esse é o caso desse livro.
    E caramba! 10 anos na estante? Mas acho que todo livro tem o momento certo de ser lido, né? Tenho certeza que essa veio na hora certa.

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  2. Oi Ivy!
    Eu li David Copperfield no fim do ensino médio e me lembro de ter gostado bastante, mas depois da escola e do começo da faculdade eu confesso que acabei me afastando desses autores mais clássicos e fui procurar coisas que eu gosto de ler, mas sempre reservo um amor à esses livros.
    Adorei a sua edição e gostei mde saber mais sobre a história, parece ser o tipo de livro que prende a gente e faz a gente refletir bastante, já quero! Adorei sua opinião!

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  3. Oiii!

    Ivy, amo vir aqui pois como não tenho tanto costume de ler livros classicos, adoro conhecer as histórias através do seu ponto de vista e assim, adicionar na minha lista.
    Gostei de saber do conteúdo da obra. Os assuntos são tão atuais, né? Fiquei com curiosidade :)

    Beijinhos,
    Ani
    www.entrechocolatesemusicas.com.br

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  4. Oi, Ivi! Tudo bem?
    Eu ainda não li nada do autor, mas tenho muita curiosidade. Inclusive, tenho David Copperfield aqui e adorei saber que você gostou dele também. Sempre vejo muitos elogios para Grandes Esperanças e adorei saber que foi uma leitura tão fluida e envolvente. Amei ler sua resenha e fiquei ainda mais ansiosa para ler esses clássicos da literatura.
    Beijos!

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  5. Oi Ivi!
    Não li nada desse autor, mas escuto muito falarem de suas obras. Lendo sua resenha deu para sentir a profundidade dos sentimentos que envolve esse livro, fiquei muito curiosa para saber mais Pip e também sobre a senhora da mansão que o convidou para morar com ela e sua filha. Parabéns pela resenha, já estou anotando a dica, bjs!

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  6. Embora esse autor seja aclamado nunca li nada dele, pelo menos não na íntegra. Apenas pequenos trechos nas aulas de Literatura. Gostei do enredo dessa obra que, tenho que admitir, nem sabia que existia. Anotei a dica!

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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