Eu, Christiane F 13 Anos, Drogada e Prostituída (Kai Herrmann e Horst Rieck)

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Ficha Técnica:
Nome Original: Wir Kinder vom Bahnhof Zoo
Autores: Kai Herrmann e Horst Rieck
Tradução: Maria Celeste Marcondes
País de Origem: Alemanha
Número de Páginas: 256
Ano de Lançamento: 1983
ISBN-13: 9788528604702
Editora: Círculo do Livro
SKOOB

Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 58º livro lido em 2016 e foi Eu, Christiane F 13 Anos, Drogada e Prostituída (Kai Herrmann e Horst Rieck). Esta foi a minha última escolha para a Maratona de Releituras e eu escolhi este livro porque na minha adolescência, esta história foi uma das mais lidas pelos adolescentes e eu me lembrava pouquíssimo do enredo, apenas que era uma história verdadeira, de uma menina alemã que para sustentar o vício das drogas, se prostituiu.

O livro nos traz a Christiane, uma menina como outra qualquer. Nasceu no interior da Alemanha e se mudou com a família para Berlim ainda criança. Seus pais se separaram após divergirem na criação das filhas. O pai era extremamente violento com elas e a mãe não concordava. Em contrapartida, a mãe era muito permissiva e desde muito cedo, Christiane não tinha limites a respeitar dentro de casa.

Com outros meninos e meninas do bairro, ela começou a frequentar um Centro de Jovens que era mantido por uma igreja protestante, mas este local foi infestado por traficantes e viciados e assim, com 12 anos, a menina experimentou maconha pela primeira vez, acompanhado de álcool.


A partir disso, tudo aconteceu muito rápido. A passagem para drogas mais pesadas se deu em poucos meses, quando ela passou a frequentar uma danceteria chamada Sound, que foi considerada em seu auge, a melhor casa noturna de toda Europa. Lá, Christiane conheceu seu primeiro amor, Detlev e com ele embarcou na heroína. Como eles não tinham como bancar o próprio vício, começaram a cometer furtos e a se prostituir. A princípio, ela escolhia os fregueses, mas conforme a dependência da droga se tornou mais intensa, ela passou a aceitar qualquer um e a fazer, qualquer coisa.

A narrativa, em primeira pessoa, se dá em grande parte do livro sob a perspectiva de Christiane. Ela desde o princípio, tinha a consciência que as drogas, era um caminho perigoso, mas seu esforço em parar não era o suficiente. A mãe dela também narra algumas partes do livro e eu fiquei bem incomodada com a passividade em que ela expõe o seu lado da história.

As descrições sobre o uso de drogas injetáveis é de embrulhar o estômago e a forma simples que Christiane narra sua incursão na prostituição, chega a dar medo em função da facilidade da coisa.

O livro foi escrito por dois jornalistas que entrevistaram a menina quando ela foi testemunhar contra um dos seus clientes, acusado de aliciar menores para prostituição. Ela  e o livro se tornaram mundialmente conhecidos. Christiane era uma grande fã de David Bowie e ele esteve inclusive, no lançamento do livro em 1984. Quando o livro foi adaptado para o cinema, ele também teve uma rápida participação, logo, eu acredito que os seus fãs, devam conhecer a história de Christiane.

Como disse, o livro foi adaptado para o cinema em 1989 e embora não seja um filme bem feito, é um relato honesto e interessante sobre a sentença de morte que está sobre a cabeça de cada usuário de drogas. O livro, inclusive, tinha como objetivo, alertar os jovens, quanto ao perigo do vício, sendo muitas vezes, recomendado por professores em todo o mundo.

Após esta história ganhar leitores em todos os cantos da terra, Christiane permaneceu entrando e saindo de instituições de recuperação e em 2014, lançou um outro livro,onde afirma que nunca esteve longe das drogas.

Confesso que quando iniciei a releitura deste livro, já estava pensando em ler o livro novo dela, publicado em 2014, mas essa curiosidade diminuiu ao descobrir que ela nunca conseguiu vencer o vício. Talvez, no futuro eu leia, mas por enquanto, a vontade não é mais tão forte assim.

O livro possui uma fluência narrativa bem acelerada e a minha edição, de 1984, traz uma tradução um tanto quanto grosseira. Por exemplo, em inúmeras partes do livro, a tradução se refere aos homossexuais como “bichas” e, embora eu não tenha lido e nem passado os olhos pelo original, acredito que esse termo deve ter sido corrigido nas edições mais novas. Desta maneira, encontramos uma escrita bem simples, popular e pobre, mas a história é tão forte e sufocante, que é impossível não ler até o fim, em um ritmo acelerado também.


Hoje em dia, existem muitos livros abordando o tema com uma melhor propriedade e com uma escrita melhor elaborada, mas a releitura do livro, me trouxe uma certa nostalgia para com a época em que li o livro e em função disso, foi bem válida.

Não é um livro que eu recomendo, mas é um livro que foi interessante reler depois de tanto tempo, porque mesmo hoje, adulta, os fatos descritos nas páginas desta história, me chocaram profundamente.

Filme completo:



Um pouco sobre os autores: Kai Hermann é um jornalista e escritor alemão que tem colaborado, dentre outros, com os periódicos Die Zeit e Der Spiegel. Foi laureado com o prêmio Théodor-Wolff, e é o atual ganhador da medalha Carl-v-Ossietzky.

Horst Rieck (n. 1941) é jornalista independente e vive em Berlim. Tem colaborado com diversas publicações periódicas, das quais se destacam a revista Stern e o semanário Die Zeit, dedicando-se sobretudo às questões da juventude.

No Brasil, Eu, Christiane F 13 Anos, Drogada e Prostituída, é o único livro publicado dos autores.
Comentários
18 Comentários

18 comentários :

  1. Sua resenha me deixou extremamente chocada, não conhecia o livro, mas pude perceber da profundidade do tema. Sem dúvidas é uma história um tanto triste que deve mexer com o leitor. Não sei se leria, mas confesso que fiquei curiosa quanto à história. Uma pena a Christiane nunca ter conseguido vencer o vício, a resenha ficou ótima!
    Beijos.
    http://www.virandoamor.com/

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  2. Olá
    Faz muito tempo que li esse livro, mas acho que não escolheria como releitura. Para mim, esse tipo de história basta para ser lida uma vez. Eu já assisti o filme e gostei do trabalho realizado. Não é uma leitura que eu recomende também, e concordo com você sobre hoje em dia haver outros títulos com temáticas parecidas e muito mais elaboradas. É mesmo uma pena que ela não tenha conseguido vencer o vício, eu li o livro lançado recentemente e fiquei chocada com isso.
    Beijos, Fer
    www.segredosemlivros.com

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  3. Olá, Ivi!
    Nossa! A carga deste livro é, aparentemente, bastante pesada. De fato, sufocante. Acho que a narração em primeira pessoa pela protagonista acaba fortalecendo isso. Mesmo sendo mundialmente conhecido, é a primeira vez que leio algo sobre ele. Estou surpresa pois me atraiu muito.
    Ah, logo que comecei a ler, você disse que era um livro muito lido na época da adolescência, então meio que já imaginei que seria para passar uma mensagem aos jovens.
    Enfim, eu senti muita vontade de lê-lo. E acredito que vá fazer isso.
    Um beijo! - Historiar


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  4. Olá Ivi,
    Acho que todos já ouviram falar desse livro em algum momento da vida. Eu, particularmente, gosto muito de obras assim que abordam questões do nosso cotidiano e nos fazem pensar. Sempre repudiei a droga e não consigo entender o que faz uma pessoa começar a usar, mas, é algo meu.
    Gostei muito da sua resenha e ela despertou minha curiosidade em ler o livro. Acredito que a trama irá me prender e trazer uma boa lição.
    Acho que não leria esse novo livro, pois se ela não largou as drogas, eu não vejo motivos.
    Beijos,
    Um Oceano de Histórias

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  5. Oi Ivi!
    Eu conheço esse livro só de nome, mas tenho uma vontade gigantesca de ler. Acredito, que apesar de escrita ser meio "fraca", a mensagem continua forte e importante.
    Imagino que nas edições mais recentes essa linguagem mais grosseira tenha sido arrumada.
    Acho que mesmo ela não conseguindo largar as drogas, eu leria o segundo.
    Bjss

    http://umolhardeestrangeiro.blogspot.com.br/

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  6. Oi Ivi, eu li quando tinha uns 13/15 anos, e lembro que fiquei muito impressionada com o livro. Acredito que em relação a tradução para homossexuais era o típico da época em que foi escrito, pois eu mesma não conhecia a palavra homossexual e sim bicha (quando li).
    Como disse, faz muito tempo que li, uns 28 anos, e mesmo não lembrando tanto do enredo, lembro que não gostei da mãe da Christiane, também achei que ela foi muito passiva, como se não fosse com ela o problema.
    Eu, ao contrário de você, recomendo o livro, e vou querer que meus filhos leiam mais para frente.
    bjs!

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  7. Oi Ivi , tudo bem?
    Bom, quando vi esse livro logo pensei que seria abordado de uma forma mais leviana por se tratar de uma criança, porém sua história é pesada e chega a ser angustiante todo enredo. Esse livro é tenso, pois não consigo me ver lendo ele com uma certa calma, é sufocante pra mim. Mais gostei de conhece-lo, sua resenha ficou super clara sobre ele e amei ler sobre ele..mais não vejo ainda um enigma maior para lê-lo. Beijinhos.
    http://followyourdreamalways.blogspot.com.br/

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  8. Oiii!

    Eu não conhecia esse livro acredita? Achei a tematica densa, bem densa. Algo quye você tem que tá bem preparada para conseguir gostar. Acho que essas obras são boas para reflexão sabe? Para pensarmos em novas vidas e no próximo.
    Gostei muito da resenha e de saber dessa releitura.

    Beijinhos

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  9. Oiee ^^
    Já tinha visto várias coisas sobre esse livro antes, mas não sabia que existia o filme *-* gosto muito de ler e ver histórias pesadas assim, principalmente se elas aconteceram de verdade. Não que eu goste de tragédias... Acho que histórias assim nos trazem mais para a realidade, sabe? De vez em quando é bom. Enfim, é um livro que eu tenho muita curiosidade de ler, apesar de parecer ser um pouco forte e tenso.
    MilkMilks ♥
    http://shakedepalavras.blogspot.com.br

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  10. Oi Ivi
    Li esse livro há muito tempo e assim com o você não é uma leitura que eu recomendaria. Mas deve ter sido uma experiência e tanto ler depois de um tempo. Seu exemplar está com lindas marcas de tempo.
    Adorei a sua maratona de releituras. Me inspirou a fazer também. Espero conseguir.
    Beijinhos
    Rizia - Livroterapias

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  11. Oi,tudo bem? Eu li esse livro quando adolescente é lembro que fiquei muito assustada com o que a droga pode causar no comportamento de uma pessoa e até onde ela pode chegar para conseguir mais. Mas nunca imaginei que Cristine não tinha superado seus vícios, mas ao contrário de você ainda tenho interesse em ler seu novo livro.
    BJ

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  12. Oi!
    realmente é um livro um tanto quanto confuso, e confesso que não leria ele, principalmente após saber que mesmo após o lançamento do seu livro ela nunca ficou longe das drogas, da meio que uma sensação que ela nunca quis melhorar sabe, pois acredito que mesmo sendo difícil, se você tem o acompanhamento certo e força de vontade da para sair desse vício.

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  13. Olá,

    Quando comecei a ler a sua resenha diversos pensamentos e cenas se passaram pela minha cabeça. Com certeza trata-se de uma história forte, que ao mesmo tempo em que nos enoja, nos faz refletir. A forma como a protagonista conhece o mundo das drogas também é muito precoce, e quando você descreveu o perfil dos pais dela, deu para ver ali uma certa consequência de não ter uma relação estável em casa. No momento eu não vou aderir essa leitura, mas vou anotar a dica. E ah como você, também me desanimei ao saber que ela não conseguiu superar o vício!

    Abraços
    Cá Entre Nós

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  14. Olá menina, eu li esse livro esse ano e depois dele fiquei com uma ressaca literária imensa, ele é um livro que me deixou totalmente agoniada e traumatizada, eu não quero nem ver uma agulha na minha frente nos próximos 10 anos pois já estou com medo de ter heroína dentro dela kkkk, achei sua edição linda e as fotos também, eu adoro ver livros antigos assim, acho o maior amor, ótima resenha, eu tentei fazer uma resenha sobre ele mas realmente não consegui expor o que eu senti quando li esse livro, estou tentada a assistir o filme hoje mas não sei se já estou preparada kkk

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  15. Não conhecia esse livro e de fato, para a época deve ter sido super importante em alertar os jovens sobre os riscos das drogas. Fiquei curiosa por saber que é baseado em fatos reais, mais saber que a menina nunca largou o vicio de fato foi uma decepção pra mim. É uma pena que ela não conseguiu... Enfim, não irei ler o livro para falar a verdade, mais fico feliz em ver que você gostou de reler ele. Sei bem como é essa sensação de nostalgia ao reler um livro que tivemos o primeiro contanto na adolescência. :)

    Beijos
    Vento Literário / No Facebook / No Twitter

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  16. Olá!
    Eu não conhecia o livro e achei a história bem intensa. Começar tão cedo no mundo das drogas e da prostituição é algo bem chocante. Parece uma leitura forte, de embrulhar o estômago, e sinceramente, não é algo que eu leria.
    Mas acho legal que o livro tivesse como objetivo alertar os jovens quanto ao perigo do vício, sendo recomendado por professores em todo o mundo. Esse é um tema que nunca deve ser deixado de lado. Infelizmente muitos jovens ainda estão sendo inseridos nesse caminho e alertar nunca é demais.
    É uma pena saber que ela nunca largou o vício =/
    Gostei da resenha!
    Beijos!

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  17. Oi, tudo bem?
    Eu ja vi esse livro por aí, mas nunca parei para saber mais sobre ele, sabe? Mas agora lendo sua resenha me arrependi de nao ter dado atenção, parece ser uma história muito chocante e emocionante, imagino que deve ser dolorido acompanhar toda a vida da garota. E é ainda mais triste ver que ela ainda não largou o vício, mas é a realidade, né? Poucos são os que conseguem largar :(
    Enfim, é um livro que eu tenho certeza que me agradaria, então vou marcar a dica.

    Beijos :*

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  18. Oi Ivi, tudo bem?
    Eu sempre ouvi maravilhas sobre esse livro, e é muito bom reler obras assim né? eu já assisti ao filme muito tempo atrás, mas tenho certeza que o livro é melhor. Eu gosto do tema abordado e da profundidade dele, por isso tenho certeza que eu leria ele. Até me bateu uma saudade do filme!

    Beijos

    http://www.oteoremadaleitura.com/

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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