CARTAS DE AMOR AOS MORTOS (Ava Dellaira)

segunda-feira, 27 de outubro de 2014


Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 50º livro lido em 2014 e foi CARTAS DE AMOR AOS MORTOS (Ava Dellaira). Quando eu li e ouvi os primeiros comentários sobre a premissa do livro, me interessei automaticamente pois tratava-se de uma história de perda e superação e  eu gosto muito desta abordagem nos livros que leio, logo, eu sabia que precisava ler esta história.
"Quando uma coisa muito ruim acontece, a segunda pior coisa são as pessoas sentindo pena de você." página 188
O livro nos traz a Laurel poucos meses após perder a sua irmã. May era para Laurel mais que uma irmã mais velha, ela era como um exemplo de pessoa que Laurel queria ser. May sempre foi muito carinhosa com a Laurel e as duas tinham uma relação muito bonita então quando May morre, Laurel fica completamente desorientada. Os pais já estavam divorciados, a mãe dela havia ido embora e ela estava convivendo com o luto sofrido do pai e tendo que se adaptar à uma nova escola, conquistar novos amigos e tentar passar por cima da dor da perda que assolava o seu coração. 

Na escola nova, Laurel tem que realizar uma tarefa para a aula de inglês e esta tarefa consiste em escrever uma carta para uma pessoa que já morreu. Laurel então não entrega a tarefa, mas começa a escrever inúmeras cartas para várias personalidades que já faleceram e algumas delas são Kurt Cobain, Janis Joplin, Jim Morrison e outros e o livro todo se desenvolve sobre a questão de entendermos porque May morreu e em como Laurel irá vencer esta fase difícil da sua vida. Através das cartas, a história nos é contada e conforme as cartas são escritas, o mistério que ronda a morte de May é revelado.

Tão rápido como foi meu interesse pelo livro, foi meu bloqueio para com o mesmo. Laurel conta a sua história através de cartas que ela escreve para pessoas que ela admira, porém estas cartas eram escritas, na minha opinião, de forma estranha. Por exemplo: ela escreveu uma carta para Kurt Cobain e na carta ela conta pro Kurt, que ele se casou com a Cortney e teve uma filha chamada Frances. Eu entendo que ela queria situar o leitor de quem era o Kurt Cobain, mas poderia ter feito isso de uma forma mais inteligente e se eu fosse o Kurt - pós morte - ia achar a carta uma porcaria. E é assim que ela escreve as outras cartas também. Cada capítulo é uma nova carta e todas são abertas com uma breve biografia sobre a pessoa que deveria receber a carta, então ela desenvolve um assunto e encerra a carta tentando fazer uma ponte entre a sua vida e a vida da pessoa morta.

Talvez o problema tenha sido eu e não a protagonista, uma vez que eu não gosto da maioria das pessoas para quem ela escreveu e conheço o mínimo do trabalho de cada um. Ela cita músicas e discos que eu nunca ouvi falar e isso me deu um cansaço sem fim ao ler sobre um assunto que não me interessa. Salvo Heath Ledger e River Phoenix, as outras pessoas que ela decide escrever as cartas estavam longe demais do meu domínio de conhecimento, e somado ao meu desinteresse por suas histórias, o livro se tornou uma leitura chata.

A história da Laurel e da May é interessante e existem personagens com dramas próprios interagindo com a Laurel que colorem a história de uma forma bacana: Sky, o menino por quem ela se interessa na escola nova, as amigas Natalie e Hannah e suas controvérsias e um casal fofo que faz parte de seu novo grupo de amigos dão mais consistência para o enredo, mas ainda assim, não foi uma leitura muito proveitosa para mim. 

A adoração que Laurel tem por May é completamente questionável porque embora seja claro que May amava muito Laurel, ela não era uma boa irmã para ela e quando eu descobri como e o porquê da morte da May, fiquei com tanta raiva dela que queria dar uns tapas na cara da Laurel.

Quando a história já está amarrada e o final se aproxima, Laurel escreve uma carta para May e neste momento, mesmo eu não tendo apreciado a leitura, me rendi às lágrimas em função das palavras de amor e carinho que a autora usou para conectar Laurel à May. Foi muito tocante.
"Ficar junto nem sempre é a melhor coisa quando você não pode ser bom para o outro." página 215
Como disse, acho que a leitura não funcionou para mim. Acredito que alguém que conheça e admire o trabalho das pessoas que a autora escolheu para homenagear através deste livro possa vir a gostar bastante da história e não se incomode em como as cartas foram escritas, mas eu particularmente, não gostei.

O livro aborda superação, perda, preconceito, abuso e amadurecimento. Relacionamentos complicados, escolhas e as dúvidas do primeiro amor são inseridos na história e para quem gosta de drama e um sutil mistério, irá gostar do livro.
É possível ser nobre, corajoso e lindo e ainda assim, desabar." página 215

Um pouco sobre a autora: Ava Dellaira é formada pela Universidade de Chicago e mestre pela Iowa Writers’ Workshop. Ela cresceu em Albuquerque, no Novo México, onde passou incontáveis tardes de verão fazendo poções mágicas, lutando contra bruxas más e se divertindo com outras brincadeiras inventadas, que provavelmente contribuíram para que se tornasse uma contadora de histórias. Atualmente vive em Santa Monica, na Califórnia, onde trabalha na indústria cinematográfica. CARTAS DE AMOR AOS MORTOS é o seu único livro publicado no Brasil.
Comentários
4 Comentários

4 comentários :

  1. Olá Ivi,
    Esse com certeza é um dos livros que eu mais desejo ler logo. Já vi vários comentários como o seu, de que o livro não agradou muito. Mas como você disse ele possui um pouco de drama e mistério, meio que me faz imaginar que eu irei gostar do livro. Pretendo ler, então só assim saberei se o livro me agrada.
    Beijos...
    Rain, Books & Coffee||Fanpage

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  2. Olá!
    Li o seu comentário no blog Love Lovers da fofa da Mariana Siqueira! Fiquei interessada em conhecer o seu blog, e logo de cara amei a tua resenha. Estou muito ansiosa para começar a ler estes dois livros e me aventurar neste romance!
    Ainda não assisti o filme, porque pretendo lê-lo em breve!
    E agora, mais ainda, pois ouvi e li diversos comentários sobre o segundo livro... a ansiedade de começar a ler o primeiro e sua continuação aumentou!
    Estava te seguindo seu blog, agora estou te seguindo também pela fan page!
    Beijos
    Ariana Silva
    http://ariabooks.blogspot.com.br/2014/10/livro-o-sumico-de-beatriz.html

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  3. A premissa até é interessante, mas não acho que seja um livro que vou gostar, a parte que vc fala da carta do Kurt eu concordo completamente, imagine vc lendo uma carta pra vc, e a pessoa falando da sua vida kkkk, mt estranho kkkk.
    Bjs

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  4. Ai, credo!!! Esse com certeza eu não leria, achei tudo muito estranho. A ideia principal pode até ser interessante mas pelo que li não foi bem construida. E essa coisa de citar músicas, bandas que nesse contexto ninguém conhece é meio complicado pois como você disse tudo que a gente desconhece se torna desinteressante. Sem falar, nessa coisa meio bizarra de escrever cartas para gente morta, dizendo que casou com ele e tal... Kkk.

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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